A população de Rio Branco parece ter esquecido de se prevenir contra a dengue. Com o início do inverno amazônico, o número de chuvas tem aumentado e, consequentemente, os focos da dengue crescem. Ano passado, durante este período, cerca de 2.400 casos eram detectados por semana. Hoje houve uma grande redução, com 132 casos semanais, mas todo o cuidado é pouco para que uma grande epidemia aconteça novamente.
Este é período sazonal da doença, explicou Izanelda Magalhães, gerente do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre). “Todas as doenças transmitidas por vetores começam a aparecer com o alto índice de chuvas, aumentando a possibilidade de proliferação deste mosquito. No caso da dengue, esse é um vetor extremamente urbano, que gosta de água limpa. Com o decorrer do aparecimento das chuvas, entre novembro a abril, o número de casos tende a elevar. O número de criadouros aumentam e, se tiver alguma pessoa doente, a circulação é ampliada”.
Os índices apontam uma grande redução de casos entre 2011 e 2012, após grandes ações realizadas pelo Governo do Estado e pela prefeitura. “Tivemos uma redução de 81% dos números de dengue em Rio Branco. Se compararmos 2011 e 2012 neste mesmo período, há uma grande diferença. Ano passado tínhamos 26 mil casos. Hoje temos um pouco mais de 4 mil casos notificados. Destes, temos apenas 16% confirmados. Isso é um avanço de todas as ações para a contenção de qualquer surto ou epidemia”, disse a gerente.
A população não pode deixar de tomar os devidos cuidados contra a doença. “O trabalho não pode parar. As pessoas têm que se manterem em alerta. Fizemos um levantamento de índices de infestação da doença e 73% apontam que o vetor é encontrado nas caixas d´água, a nível de solo, e 22% é encontrado dentro do domicílio, no suporte atrás da geladeira, no compartimento do ar condi-cionado, e nos vasos de planta. Todos precisam ficar atentos. O combate à dengue se dá de forma coletiva. A proliferação é rápida e, se não tomarmos as medidas, necessárias isso pode se alastrar”.
Um novo vírus foi detectado em Rio Branco. “As pessoas estão totalmente sucetives a ele. Na epidemia de 2011, tínhamos 3 vírus em Rio Branco. Este ano, identificamos o vírus 4. Todos os cuidados são necessários para que a gente não possa estar a merce de um novo vírus. Qualquer pessoa pode ser infectada pelo 4. Ele não tem a mesma agressividade que os outros, mas temos que ter cuidado. O aparecimento dele foi há dois anos atrás em Roraima e se alastrou por todo o país”.
Izanelda faz um apelo à população. “Os agentes continuam nas ruas. Temos 142 trabalhando de casa em casa, 10 borrifadores e 15 supervisores de campo que avaliam o desempenho de cada agente. O trabalho é cansativo, exaustivo e sempre estamos motivando as equipes para que ele seja efetuado de forma correta. As pessoas precisam nos ajudar, deixando os agentes entrarem nas casas. Alguns moradores impedem a entrada dos profissionais. Mas é necessário fazer a inspeção para alertar o morador de quais perigos que tem no âmbito dos domicílios”, concluiu.