Um investimento promissor, com mercado garantido e boa margem de lucratividade. São estes alguns entre os muitos atrativos do peixe, uma cadeia produtiva e de valor agregado em que o Estado do Acre está apostando alto. Somados investimentos do governo e da iniciativa privada já ultrapassam os R$ 80 milhões no complexo industrial e na construção de tanques de piscicultura para pequenos produtores, sem contar os recursos que grandes fazendeiros têm feito em suas propriedades, de olho nas possibilidades que serão abertas pelo frigorífico.
O complexo industrial é formado não apenas por um frigorífico capaz de exportar peixe para qualquer mercado do mundo, incluindo os europeus mais exigentes. Somam-se à estrutura da Peixes da Amazônia S.A, também a mais moderna fábrica de ração do Brasil e a segunda da América Latina (perde apenas para o Chile) e um laboratório de alevinagem que também não fica para trás em termos de tecnologia. Foi para ver estes investimentos e conhecer melhor a proposta da piscicultura que o governador Tião Viana levou um grupo de grandes empresários acreanos até as instalações do complexo industrial, localizado na BR 364.
“Não tenho dúvidas de que é um investimento altamente viável e que terá retorno. Sempre acreditei que a vocação do Brasil e do nosso estado é produzir alimentos, principalmente o peixe, que é a segunda maior pauta de exportação do país depois do trigo”, disse o presidente da Federação das Indústrias do Acre (Fieac), Carlos Sasai.
O diretor financeiro da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, George Teixeira Pinheiro, acredita no potencial de mercado do peixe. “A possibilidade de ter resultados positivos é grande. O mercado hoje é global. O nosso pirarucu pode ser comer-cializado em qualquer lugar do mundo, desde que sejam tomadas exatamente as providências e cuidados que estão sendo tomados aqui, em questões de estrutura e meio ambiente. Além disso, o arranjo industrial vai atender desde os pequenos aos grandes produtores”, comentou.
O projeto de piscicultura do Estado do Acre não foi algo sem planejamento. Teve a consultoria financeira da Fundação Getúlio Vargas, consultoria técnica de Jaime Brum, do Projeto Pacu, um dos maiores do Brasil, e entre os investidores da empresa está o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). (Tatiana Campos/Agência Acre)