As estações do ano são definidas pelo ângulo de incidência dos raios solares, ou melhor, pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação à sua órbita em torno do Sol.
No próximo dia 21 de dezembro, exatamente, às 7h 11min (horário de Rio Branco), ocorre o solstício de verão, quando o Sol estará posicionado na sua menor inclinação em relação ao hemisfério sul do nosso planeta. É quando seus raios incidirão com ângulo exato de 90 graus sobre o trópico de Capricórnio que cruza o Brasil pela cidade de São Paulo. É o único dia do ano em que os paulistanos não veem a sombra dos prédios e postes no horário aproximado do meio-dia – no caso, 13 horas, já que, lá, vigora o horário de verão -, pois o Sol estará, exatamente, sobre suas cabeças.
É, também, o dia mais longo e a noite mais curta em todo o lado sul da linha do equador, no qual o Acre está inserido. É o início do verão e, por haver maior incidência de luz solar, o aquecimento aumenta e, consequentemente, a evaporação dos oceanos e da superfície fica mais acentuada. Com tanta umidade no ar é evidente que as chuvas aumentem na maior parte do sul do planeta.
São as chamadas chuvas de verão que causam, muitas vezes, transtornos à população de vários estados, inclusive, do Acre, com as alagações provocadas pelo transbordamento dos rios.
Embora, nessa época seja o verão, os acreanos chamam de “inverno” tendo em vista que seus antepassados nordestinos lembravam as chuvas que, no Nordeste, ocorrem em abundância nos meses de maio a julho, quando é inverno. Ao chegarem ao Acre, por ocasião da exploração da seringueira, deparavam-se com as chuvas que aqui ocorrem em abundância no verão, mas lembravam o inverno nordestino. Já o verão do Nordeste, entre dezembro e março, tem pouca chuva e quando eles chegaram na Amazônia, notaram a pouca quantidade de chuvas entre junho e agosto e chamaram esse período de “verão”.
No entanto, não se discorda de que em todo o hemisfério sul – e o Acre está todo no sul – o verão vai de dezembro a março e o inverno, de junho a setembro. Convém lembrar, portanto, que, no Acre, o inverno é seco e o verão, chuvoso.
No dia 21, sexta-feira, o nascer e o pôr do Sol dar-se-á, respectivamente, às 6h 8min 30s e 18h 51min 7s, em Rio Branco, e às 6h 32min 9s e 19h 6min 22s, em Cruzeiro do Sul.
Fazendo os devidos cálculos, constata-se que, na capital acreana, o dia terá a duração máxima anual de 12h 42min 37s e em Cruzeiro do Sul vai durar 12h 34min 13s. Observe que em Rio Branco o dia tem 8min 24s a mais de duração do que na cidade do Juruá. Essa diferenaça é por causa da latitude e da inclinação do eixo da Terra, pois a capital acreana fica mais ao sul do que Cruzeiro do Sul.
A partir do dia seguinte ao solstício, 22, os dias começam a ficar, lentamente, mais curtos e as noites mais longas, no Acre e em todo o hemisfério sul, até o dia 21 de junho de 2013, quando teremos o dia mais curto e a noite mais longa.
Observe na figura como os raios do Sol atingem mais intensamente o Brasil e todo o sul da Terra, no dia 21 de dezembro. Pode-se ver, também, que, exatamente, sobre o trópico de Capricórnio, os raios incidem perpendicularmente, nesse dia.