Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

MS libera R$ 1 mi para laboratório de malária

 A região Amazônica terá um laboratório exclusivo para pesquisas e análises de malária. O Ministério da Saúde está repassando R$ 1 milhão para a construção do Laboratório Sustentável da Malária, que será instalado no estado do Amazonas. A iniciativa tem como objetivo reforçar ações de controle e prevenção da doença na região, que é endêmica para malária.  O Fundo Nacional de Saúde fará a transferência dos recursos, em parcela única, diretamente ao Fundo Estadual de Saúde do Amazonas, conforme prevê a Portaria 2.752.

 O laboratório será referência para toda a região no tratamento de malária e sua gestão ficará a cargo da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV), instituição especializada no diagnóstico e tratamento das doenças tropicais, autarquia ligada à Secretaria Estadual de Saúde do governo do Amazonas. A construção terá contrapartida do governo do Estado.

“Esse laboratório é de fundamental importância para que possamos progredir ainda mais no controle da malária na Amazônia. Agora, vamos avançar em pesquisas estratégicas – como a de novos e melhores medicamentos – permitindo que caminhemos para a eliminação da malária enquanto problema de saúde pública”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.  Ele destaca que, embora a região apresente queda no número de casos, todas as medidas de prevenção e controle da doença vão continuar sendo adotadas com a mesma ênfase. 

 Em 2009, o país registrou 301.589 casos da doença, sendo que, até agosto deste ano, foram  161.370. No Brasil, 99,9% da transmissão da doença está concentrada em 807 municípios que integram a imensa região Amazônica, distribuídos entre os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima e parte dos estados do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.

 O diretor de Ensino e Pesquisa da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Marcus Lacerda, explica que a nova instituição vai ajudar o Laboratório Central (LACEN) a treinar profissionais no diagnóstico da malária. “A inovação é que, além de contribuir com estudos sobre a malária, será o primeiro laboratório ecologicamente sustentável da região/, observou o diretor.

 O laboratório terá uma área construída estimada em 535,68 metros quadrados. A construção vai seguir parâmetros de sustentabilidade, como aproveitamento da luz do sol; racionalização de aparelhos de ar condicionado; telhado verde, captação de água de chuva para reaproveitamento e acessibilidade. O espaço terá ainda salas individualizadas para pesquisadores; centro de treinamento em microscopia; área de convívio; laboratório em salão único para otimizar uso racional de reagentes e equipamentos; maior capacidade para teste in vitro, provável aumento de escopo dos grupos de imunologia e vacinologia em malária. A previsão para o final da construção é de 180 dias, a partir da assinatura do contrato.

SOBRE A DOENÇA – A Malária é uma doença infecciosa causada por protozoários transmitidos por vetores. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito infectada. “Os cuidados com a doença são muito importantes, pois sua incidência é bem elevada na região amazônica, podendo ter alta gravidade clínica. Se não for tratada de forma correta e rápida, a malária humana torna-se grave e complicada”, observa a coordenadora geral do Programa Nacional de Controle da Malária do Ministério da Saúde, Ana Carolina Santelli.

 Os sintomas são dores de cabeça e no corpo, fraqueza, febre alta, calafrios, e ainda, dor abdominal. Podem ocorrer, também, dores nas costas, tontura, além de náuseas e vômitos. Crianças, gestantes e pessoas infectadas pela primeira vez estão sujeitas a uma maior gravidade e, se não forem tratadas de forma correta e rápida, podem até morrer.

 A drenagem de áreas alagadas; pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor (causador da transmissão); obras de aterro; limpeza das margens dos criadouros; modificação do fluxo da água; controle da vegetação aquática; melhoramento da moradia e das condições de trabalho da população e, ainda, o uso racional da terra, estão entre as ações de prevenção. O Ministério da Saúde também recomenda a adoção de medidas de proteção individual contra picadas de insetos, principalmente nas áreas de risco. São elas: o uso de mosquiteiro impregnado com inseticida; o uso de telas nas portas e janelas; o uso de repelente e, ainda, evitar locais de banho em horários de maior atividade do mosquito – manhã e final da tarde. 
 

Sair da versão mobile