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Trabalhadores denunciam Funai e empresa Monte Sinai por trabalho escravo

A denúncia de trabalho escravo contra a Fundação Nacional do Índio – Funai e a Monte Sinai Service Locação de mão de Obra Ltda, que tem sede na cidade de Imbui – Salvador –BA, foi feita no dia 20 de novembro à Procuradoria Regional do Trabalho, em Rio Branco, por dez trabalhadores contratados pela Monte Sinai, para prestar serviços nas bases da Funai nos municípios de Jordão e Feijó.

De acordo com os denunciantes, o trabalho consistia em serviços gerais de manutenção predial e cultivo de hortaliças e grãos, para consumo dos próprios trabalhadores, além de acompanhamento de servidores em missões junto às áreas indígenas.

Segundo eles, o local de trabalho fica em uma área isolada do município de Jordão. Na denúncia, os empregados afirmam que foram contratados no ano de 2008, permanecendo trabalhando atá o dia 15 de março de 2011, quando foram formalmente dispensados. Contudo, continuam prestando serviço na Funai até a presente data.

Os empregados da Monte Sinai alegam na denúncia que, após a dispensa, permanecem vários meses sem receber salário, mantendo-se apenas com o que plantam na área de cultivo das bases da Funai e com os mantimentos enviados pela sede de Rio Branco.

 “A base da Funai no município de Jordão conta atualmente com 5 trabalhadores, os quais estão desde de janeiro deste ano sem receber salário, mantendo-se apenas com o que plantam” afirmou o denunciante, que pediu sigilo na denúncia, pois teme represálias.

Os trabalhadores contam que, desde  março deste ano, não recebem medicamentos, mantimentos e outros itens de higiene pessoal, estão a mercê de doenças por falta de alimentos adequados, não tem acesso à água tratada e a banheiros de uso coletivos. Os banheiros existentes são improvisados em madeira pelos próprios trabalhadores, sem nenhum tratamento sanitário adequado.

Na manhã desta segunda-feira, 10, a reportagem do jornal A GAZETA foi procurada pelos denunciantes, que entregaram documentos junto ao Ministério do Trabalho, e afirmaram que a denúncia foi formalizada em 20 de novembro deste ano, mas até agora a Procuradoria do Trabalho em Rio Branco não tomou qualquer providência.

“Estamos com medo de que a denúncia não vá adiante, por isso decidimos tornar público a situação de escravidão que estamos vivendo. Se alguém dos Direitos Humanos quiser comprovar é somente ir ao endereço citado na denúncia” afirmou.

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