Os números da estatística ainda não foram fechados, mas a delegada e coordenadora da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Juliana de Angelis garante que os números de inquéritos instaurados em 2012, já ultrapassaram o do ano passado.
Segundo levantamento, em 2011 foi instaurado 2.700 inquéritos policiais de violência doméstica somente em Rio Branco.
Em 2012 esse número subiu para 4.617 inquéritos instaurados, uma média 461,7 por mês, ou ainda 15,3 ao dia.
A maior incidência de casos de violência contra a mulher ocorre durante os fins de semana, onde segundo a delegada Juliana, é o período da semana em que o homem fica em casa e tem maior tempo para consumir bebida alcoólica ou entorpecente findando por agredir a companheira e em muitos casos os filhos também.
“O consumo de bebida alcoólica ou entorpecente está presente e tem sido o estopim de mais de 80% dos casos de violência doméstica, homicídios e tentativas de homicídios contra mulheres”, afirmou a autoridade policial.
Um estudo do Instituto Patrícia Galvão aponta que seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.
O machismo com 46% e alcoolismo com 31% são apontados como principais fatores que contribuem para a violência.
Segundo ainda o estudo 94% de homens e mulheres conhece a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. A maioria das pessoas (60%) pensa que, ao ser denunciado, o agressor vai preso e 52% acham que juízes e policiais desqualificam o problema.
91% dos homens dizem considerar que “bater em mulher é errado em qualquer situação”.
Uma em cada cinco mulheres consideram já ter sofrido alguma vez “algum tipo de violência de parte de algum homem, conhecido ou desconhecido”.
O parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais 80% dos casos reportados.
O medo continua sendo a razão principal (68%) para evitar a denúncia dos agressores. Em 66% dos casos, os responsáveis pelas agressões foram os maridos ou companheiros.
66% das brasileiras acham que a violência doméstica e familiar contra as mulheres aumentou, mas 60% acreditam que a proteção contra este tipo de agressão melhorou após a criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006).
Realizado em 2011, o levantamento indica que o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha cresceu nos últimos dois anos: 98% disseram já ter ouvido falar na lei, contra 83% em 2009.
Em Rio Branco o número de mulheres mortas se manteve em cinco casos, se comparando o mesmo período do ano passado para 2012, ou seja, segundo levantamento de janeiro a outubro, embora as tentativas de homicídios, agressões e ameaças tenham aumentado consideravelmente segundo levantamento do setor de estatística da Delegacia da Mulher.
“Em contrapartida tem-se oferecido maior apoio a mulher vítima de violência, como criação de casas de apoio e abrigo para a mulher e filhos vítimas de violência, além de acompanhamento psicológico para o homem agressor”, disse a delegada Juliana de Angelis.