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Justiça determina afastamento e bloqueia bens do prefeito Nílson Areal

NilsonO prefeito de Sena Madureira, Nílson Areal, não deverá terminar o seu segundo mandato. A Justiça determinou ontem o afastamento de Nílson do cargo e o vice dele, Jairo Cassiano, deverá assumir a prefeitura. A decisão do afastamento foi da juíza Zenice Mota, que acatou pedido da promotora Vanessa Macêdo, sob alegação de que Areal pagava funcionários que não trabalhavam e ainda utilizava indevidamente os recursos do Fundeb e do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Justiça determinou também o afastamento da secretária de Finanças da prefeitura, Cecília Teixeira. Os dois estão com os bens bloqueados no valor de até R$ 292 mil. O montante seria relativo à lesão causada ao patrimônio público.   

Em Sena, durante toda a tarde, os boatos eram de que a Justiça havia expedido também mandado de prisão de Nílson Areal e de mais 11 pessoas. Mas, até o início da noite, não havia nenhuma notícia oficial do Tribunal de Justiça sobre o assunto. Até as 18h desta sexta feira, Nílson Areal não havia sido encontrado pela Justiça, para ser notificado oficialmente de seu afastamento do cargo de prefeito. Na prefeitura, a informação é de que Areal vai interpor um agravo para suspender a sentença.   

Segundo as denúncias do Ministério Público, alguns dos servidores pagos indevidamente por Areal chegaram a morar fora do país. Até o prefeito eleito de Sena Madureira, Mano Rufino, teria sido um dos beneficiados pelo esquema. Entre os anos de 2009 e 2012, ele, que era vereador, continuou recebendo o salário de vigia da Secretaria de Saúde do município. Ontem, Areal e Mano Rufino estiveram juntos, durante boa parte da manhã, no ato de diplomação de Mano.

Nílson já foi cassado uma vez
Nílson Areal já foi cassado do cargo de prefeito neste 2º mandato. Ficou fora da prefeitura durante 1 ano e 3 meses. O advogado Roberto Duarte Júnior conseguiu reverter à situação no Tribunal Superior Eleitoral e ele voltou ao cargo. Nesse meio tempo, a população de Sena Madureira teve dois prefeitos: Vanderley Zaire e Manoel Costa, o ‘Biléu’, ambos os vereadores e presidentes da Câmara Municipal de Sena Madureira. Desta vez, o vice, Jairo Cassiano, deve assumir a cadeira de prefeito até o final do ano, quando acaba o mandato dos dois.     

Um empresário de Sena Madureira, do ramo de alimentos, que pede para não ter o nome revelado, afirma que além destas ‘falcatruas’, a população tem conhecimento de que Areal recebe, além da remuneração oficial, um salário extra de R$ 15 mil. E que durante a Expo Sena ele teria pagado R$ 150 mil a uma banda que nunca se apresentou na cidade. O dinheiro teria sido ‘rachado’ entre o prefeito e um grupo de aliados. O empresário também cita que Nílson é ‘dono’ de pelo menos 10 lotes do Incra, que são destinados à Reforma Agrária. “Não dá para imaginar o tamanho das falcatruas que não vêm à tona. Agora vamos viver outra situação de insegurança como já tivemos outras duas vezes quando a Justiça pediu o afastamento. Não sabemos o que virá pela frente”, desabafa o empresário.    

Próximo prefeito também está ‘enrolado’
O prefeito recém-eleito de Sena Madureira, Mano Rufino, também enfrenta problemas com a Justiça. Acusado de ‘compra de votos’, ele teve a candidatura cassada pela juíza Zenice Mota. Só pôde concorrer no dia da eleição, graças a uma liminar, mas o mérito da questão será julgado na próxima terça-feira, dia 18, pelo Pleno do Tribunal Regional Eleitoral. Se o TRE mantiver a decisão da juíza, Mano perderá o mandato. Ele também é acusado de receber indevidamente o salário de vigia do município, enquanto exercia o mandato de vereador de Sena Madureira.

O segundo colocado nas eleições de Sena, Mazinho Serafim, também foi denunciado por compra de votos pelo Ministério Público. A promotora Vanessa Macedo afirmou que poderia haver novas eleições em Sena Madureira, mas Mazinho foi absolvido pela Justiça. No caso da cassação de Mano Rufino, ele poderá assumir o cargo.

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