A Justiça acreana deverá se manifestar até segunda-feira sobre o novo pedido de Nílson Areal, para voltar ao cargo de prefeito de Sena Madureira e concluir o mandato. Ele já teve o primeiro pedido de agravo de instrumento negado pela desembargadora Valdirene Cordeiro. Agora, Nílson recorreu à Justiça por meio de um agravo regimental e, se a resposta for negativa, ele promete recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mesmo faltando menos de 10 dias para o fim do tumultuado mandato de prefeito. Areal quer passar a faixa de prefeito para Mano Rufino, que ele ajudou a eleger.
O prefeito afastado é representado pela advogada Márcia Barbosa. Ela explica que agora, a desembargadora Valdirene Cordeiro poderá reconsiderar a primeira decisão, ou negar. Neste caso, a resposta caberá a outro magistrado.
Além de ficar afastado do cargo de prefeito, Nílson Areal teve os bens bloqueados no valor de até R$ 292 mil. A advogada explica que ‘ele não tem bens’ e que só a conta bancária fica bloqueada para qualquer movimentação. Por enquanto, Sena Madureira é administrada pelo vice-prefeito Jairo Cassiano.
A decisão do afastamento foi da juíza de Sena Madureira, Zenice Mota, que acatou pedido da promotora Vanessa Macedo, sob alegação de que Areal pagava funcionários que não trabalhavam e ainda utilizava indevidamente os recursos do Fundeb e do Sistema Único de Saúde (SUS). A Justiça determinou também o afastamento da secretária de Finanças da prefeitura, Cecília Teixeira. Os dois estão com os bens bloqueados no valor de até R$ 292 mil. O montante seria relativo à lesão causada ao patrimônio público.
Areal enrolado
A população de Sena Madureira já viveu com esse clima de incerteza no âmbito político administrativo, quando Nílson Areal foi afastado pela primeira vez do cargo de prefeito, em 2010, sob acusação de compra de votos. Como o vice dele, Jairo Cassiano, também foi afastado, durante 1 ano e 3 meses, a cidade foi administrada por 2 presidentes da Câmara Municipal de Sena: Vanderley Zaire e Manoel Costa, o ‘Biléu’.
Mano Rufino parcialmente vitorioso
A incerteza da população com relação a quem assumiria a prefeitura a partir de 1º de janeiro acabou. O Tribunal Regional Eleitoral ainda não deu a resposta final, mas Mano Rufino já tem votos de 5 juízes do TRE favoráveis a ele, que deverá mesmo assumir o cargo. Mano é acusado de compra de votos pelo Ministério Público, teve a candidatura cassada, concorreu por meio de liminar e agora teve o aval parcial da Justiça Eleitoral para assumir o cargo. A decisão final só deverá sair em janeiro, quando o juiz Régis Araújo, que pediu vistas do processo, retornar com o caso para o plenário. Mas Mano já comemora a vitória.