O Brasil acordou no domingo, estarrecido com a tragédia que vitimou mais de 200 jovens universitários em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
A tragédia anunciada em milhares de municípios brasileiros se concretizou, obrigando políticos e gestores a refletir sobre a necessidade (ainda que tardia), de endurecer a fiscalização sobre as condições de funcionamento não apenas de casas noturnas, mas, de toda e qualquer estrutura que abrigue ou receba multidões.
Apesar de ainda tontos com a tragédia, é melhor encarar a discussão enquanto a dor está ali, nos dilacerando, tal qual escreveu o poeta, cronista e jornalista Fabrício Carpinejar: “Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?”
Os noticiários nacionais nos mostram que em qualquer lugar do mundo, infelizmente não priorizamos a prevenção e nos limitamos a correr atrás do prejuízo. Nos Estados Unidos foi assim: somente depois de uma grande tragédia, nas proporções da de Santa Maria, que foi revista a legislação e providências foram tomadas para garantir a segurança nas casas de diversão.
Lembro que em um dos eventos que participei sobre as catástrofes no Japão, um representante do governo, chorando, declarou: “só vivenciamos uma nova tragédia, quando esquecemos a anterior”. Não vamos esquecer Santa Maria! Não podemos permitir que se repita! O alerta que faço para que todos os vereadores de todos os municípios do Acre, todos os deputados estaduais, a bancada federal, prefeituras e governo do estado se unam no sentido de endurecer as regras para concessão de Alvará de Funcionamento e em prol de uma fiscalização de fato. Precisamos chamar as Instituições necessá-rias e os donos de casas noturnas para com tranquilidade, cuidado, mas com a seriedade e a urgência que o problema requer, discutirmos o assunto de forma que eles possam continuar nos proporcionando momentos de diversão e lazer, mas com a segurança de que todos precisamos. Neste momento as parcerias são necessárias. Não quero ajudar apenas como deputada, mas como mãe, que como milhões de outras, tem filhos que frequentam esses locais. E eu mesma, vez ou outra, também gosto de ir.
E, é como mãe que me coloco no lugar das mães que desde ontem choram a perda dos filhos, quando estes já se preparavam para seguir seus próprios caminhos.
Solidariedade é sentir a dor do outro, responsabilidade é cobrar e se colocar à disposição para evitar novos sofrimentos. É isso que estou fazendo.