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Florestas na divisa do Acre/Amazonas são mais vulneráveis a incêndios, aponta estudo

Uma pesquisa feita pela engenheira agrônoma Sumaia Vasconcelos, aluna de doutorado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), revelou que uma área de aproximadamente 86.600 hectares de floresta em pé nos municípios de Boca do Acre e Lábrea, no Sul do Amazonas, estão mais propícias a incêndios florestais recorrentes. A constatação foi feita após a coleta de dados no campo e análises de imagens de satélite referente a 11 anos da história de incêndios na área.

De acordo com a pesquisadora, a área de floresta afetada pelo fogo nesses municípios equivale a 124 mil campos de futebol levando em consideração as medidas oficiais estabelecidas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). De acordo com Sumaia Vasconcelos, o local foi impactado por grandes incêndios florestais ocorridos durante a seca de 2005.

Ela explicou que incêndios florestais geralmente são causados pela prática humana de atear fogo em áreas já cultivadas que saem do controle e invadem a floresta. A pesquisadora informou que se o clima mudar como previsto por modelos de circulação global (MCG) na região, aliado ao uso descontrolado do fogo pelo homem, podem ocasionar novos incêndios florestais de maior magnitude.

“Hoje Lábrea e Boca do Acre concentram mais de 86.600 hectares de floresta em pé que foram afetadas pelo fogo e que estão mais propícias a queimarem novamente. Neste caso, o impacto pode ser duas vezes maior que no primeiro incêndio. Em 2005, a estimativa de carbono comprometido para emissões foi de 1,8 e 2,2 milhões de toneladas, um e quatro anos depois do fogo”, afirmou.

O estudo revelou também que a região sul do Amazonas concentra 60% dos focos de calor de todo o Estado. Além de Lábrea e Boca do Acre, Apuí, Novo Aripuanã, Manicoré, Humaitá e Canutama também registram alto índice de focos de calor. Segundo Sumaia Vasconcelos, os picos de focos de calor ocorrem em período de menos chuva. (G1/AM)

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