Os estrangeiros haitianos vivem verdadeiras ‘novelas’ para encontrarem o seu ‘lugar’ no mercado de trabalho brasileiro. E, quando a busca por empregos parte das mulheres do Haiti, o drama é ainda maior. Grande parte das oportunidades de emprego que aparece aqui é em setores que exigem mão de obra menos qualificada, portanto, de maior aporte físico. Exemplos: ramos da construção civil, atividades de largas escalas industriais, entrega de lojas, vigia, etc. Por isso, elas sofrem mais para acharem o trabalho ‘ideal’.
A maioria dos empregos que as haitianas conseguem ao saírem do Acre para ‘ganhar’ o restante do território nacional são na indústria de manufatura, roupas e costura, cozinha e em bares e restaurantes. Já aqui no Estado, que é uma das 2 principais portas de entrada delas ao Brasil (a outra é por Tabatinga/AM), a maior demanda de vagas é por serviços domésticas e no comércio varejista local, além de alguns subempregos informais.
Dos mais de 3,5 mil haitianos que já vieram ao país desde 2009 usando o Acre como via de ‘acesso’, poucos são mulheres. Só que, dentre elas, muitas ainda não conseguiram emprego. E as que tiveram a sorte de arranjar um ‘trampo’ acabaram não durando muito tempo neles. Assim, elas acabam trocando mais de funções ou sobrevivendo de ‘bicos’ e ajudas governamentais. Algumas até acabam em atividades desumanas, como a prostituição.
Atualmente, há mais 500 haitianos em busca de emprego em Brasiléia, que ainda estão abrigados em uma casa de madeira sem energia elétrica desde outubro (lugar que deveria ter sido desocupado no final do ano passado, para que eles fossem levados a um abrigo melhor, em outra residência maior). Mais de 100 deles são mulheres.
A expectativa do governo acreano é de levar, ainda nesta semana, 200 dos mais de 500 haitianos que estão em Brasiléia pra outros estados brasileiros onde eles possam ter mais oportunidades de trabalhos.