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Nível do Rio Acre já preocupa autoridades

 O inverno amazônico, como é conhecida a estação chuvosa na região, tem deixado autoridades e estudiosos em alerta com relação a uma possível enchente dos rios acreanos. Pensando nisso, a Defesa Civil municipal e estadual tem traçado estratégias de contingência caso a situação de 2012 volte a acontecer. Os órgãos já têm preparado o plano de contingência, inclusive com os locais que poderão servir de abrigo e toda estrutura logística, caso seja necessário.

 Toda a estrutura de base da Defesa Civil estadual está montada, pois os meteorologistas afirmam que pode chover ainda mais nos próximos dias, mas de acordo com os estudiosos o volume de água não deve causar muitos transtornos à população de Rio Branco, já que chove dentro da média esperada para janeiro. “Não há anormalidade nos dados levantados pelos institutos de meteorologia. As chuvas inclusive só devem se intensificar em fevereiro, que por natureza é considerado o mês mais chuvoso do ano”, afirmou o coronel João Oliveira, coordenador da Defesa Civil Estadual. O nível do Rio Acre na manhã desta terça-feira, 8, é de 10,43 metros e a cota de transbordamento é de 14 metros.

 O pesquisador do Departamento de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Acre (Ufac), Alejandro Duarte, disse que a probabilidade de uma enchente do Rio Acre não está descartada, haja vista o aumento do nível das águas. “Está chovendo em todo o Estado, e em Rio Branco não é diferente: o rio está subindo e as chuvas devem continuar acima da média. Ainda devemos ter entre 350 e 400 milímetros de chuva, o que significará um aumento de 20 centímetros no nível do Rio Acre nos próximos dias”, declarou. O pesquisador explica ainda que o período que compreende os meses de novembro a abril é tipicamente chuvoso e reflete o comportamento climático da região, com chuvas sazonais.

 Já foram registrados 72 eventos extremos, entre seca e inundação, desde 1950 até 2010. De 1998 até agora, foram contabilizadas as primeiras reduções abaixo de 2,5 metros de profundidade. Foram 30 anos para chegar a 2,5 metros, para sete anos depois chegar a 2 metros e apenas um ano depois para chegar a 1,5 metro. Em seu auge, o Rio Acre registra 1.700 m³ de vazante d’água. Já na seca, ele já chegou a registrar apenas 50 m³.

 O Rio Acre faz parte da Bacia Hidrográfica do Purus. Nasce em território peruano, em Madre de Díos, corre na direção oeste-leste, passa por Pando, na Bolívia, e chega ao Brasil, cortando o Acre e o Amazonas, onde desemboca na margem direita do Purus. Só no território brasileiro, o rio percorre cerca de 1.190 quilômetros, desde suas nascentes até a desembocadura.

 No ano passado, um grande esquema de atendimento e socorro aos desabrigados com a enchente do Rio Acre foi desenvolvido em uma parceria dos governos municipal e estadual em conjunto com o programa Acre Solidário e a sociedade civil, inclusive com a participação voluntária de servidores públicos de todas as secretarias de governo. Alimentos, roupas e material de limpeza foram distribuídos aos que estiveram alojados no parque de exposições Marechal Castelo Branco. Com a vazante, uma megaoperação de limpeza das áreas alagadas foi desencadeada, em um esforço da Semsur, Emurb e Deracre.

Prefeitura se prepara para possível alagação do Rio Acre e afluentes
Se antecipar à situação para evitar maiores problemas para as famílias em caso de alagação do Rio Acre e afluentes. Com esse objetivo, o prefeito Marcus Alexandre e o Coordenador Municipal da Defesa Civil, Ten. Cel. George Santos, se reuniram nesta terça-feira, no auditório da Secretaria de Fazenda, com todos os secretários e assessores, para apresentar o Plano de Contingência, que aponta o papel de cada órgão em caso de enchente.

A cota de doze metros ficou definida como sendo “o sinal de alerta” para que as secretarias se mobilizem para preparar o Parque de Exposições Marechal Castelo Branco e a infraestrutura necessária para retirar as famílias das áreas atingidas pela enchente. A partir dessa cota serão desencadeadas ações como a construção imediata de cinquenta abrigos no Parque de Exposições, higienização do local e todas as providências para acomodação e alimentação das famílias.

Atualmente a cota do Rio Acre é de 10.42 m. A cota de alerta é de 13.50 m e a de transbordamento, de 14 m. A determinação do prefeito é que todas as providências sejam tomadas para evitar a tomada de decisões emergenciais desnecessárias, como a compra de alimentos a preços maiores que os praticados no mercado. O prefeito avalia que a experiência acumulada nos últimos anos e a antecipação das ações, devem garantir sucesso ás ações para evitar o sofrimento maior das famílias atingidas pela alagação. Na gestão do Prefeito Angelim, Rio Branco sofreu alagações em 2006, 2009, 2010, 2011 e 2012.
Todas as secretarias e órgãos municipais vão pôr em prática o Plano de Contingência, mas a Semsur, Emurb, Seop e Semcas devem ser as mais operacionais.

No site oficial da Prefeitura de Rio Branco, há informações atualizadas diariamente sobre o nível do Rio Acre. Quando o rio chegar à cota de alerta (13.50 m), a mediação será feita a cada três horas. (Ascom PMRB)

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