Os cursos profissionalizantes fazem a diferença na vida de pessoas que não têm qualificação para o trabalho. Assim, o Governo do Estado investiu na formação de milhares de pessoas em 2012, para que tivessem oportunidade de mudar de vida, encontrando alternativas para aumentar a renda da família. Foram implantados, ao longo do ano passado, mais de cinco mil pequenos negócios, em diferentes ramos, como hortas comunitárias, salões de beleza, mercea-rias e costura, entre outros. Somando os recursos empregados para capacitação dos moradores e na compra dos equipamentos, foram investidos mais de R$ 900 mil.
“Buscamos harmonizar o processo econômico e social. Muitas mulheres tiveram a chance de abrir o próprio negócio, sem abrir mão de estar em casa e cuidar da família. Com os investimentos sociais, o trabalho já foi iniciado e começa a dar resultados”, destacou o secretário de Pequenos Negócios, José Carlos Reis.
Um dos exemplos desse tipo de empreendimento é o Salão de Ouro, localizado no bairro Belo Jardim, em Rio Branco. Depois de trabalhar por dez anos como cozinheira, Márcia Rodrigues de Souza resolveu seguir o caminho do marido e investir no próprio negócio. O salão de beleza já foi menor, com menos estrutura. Agora está sendo amplia-do, e o número de clientes já aumentou significativamente.
Márcia faz parte do grupo de pessoas que está apostando na formação profissional. Ela participou de cursos sobre capital de giro, fluxo de caixa, clientes e práticas do ofício de cabeleireira. Ganhou o kit de salão e fez um empréstimo para comprar os demais materiais de trabalho. E, além de absorver a mão de obra dela e do marido, o salão também oferece emprego para mais pessoas.
“Tive que me esforçar trabalhando durante a noite e fazendo os cursos de dia. As oportunidades estão sendo oferecidas, mas precisamos nos dedicar para conseguir bons resultados. Tenho um ganho mensal de três mil reais. Já compramos uma moto e estamos pagando um carro, mas nossa prioridade mesmo é investir no salão”, conta a empreendedora.
A qualificação também está sendo ofertada aos homens. Osvaldo da Silva ganhava a vida como carpinteiro, mas estava procurando uma forma de aumentar a renda. Foi então que decidiu participar do curso para roçador. “Quem procura o bom, encontra o bom. Em um dia já consegui receber R$ 120”, disse.
Para fazer parte dos cursos profissionalizantes, as pessoas devem ser inscritas no Cadastro Único. Ao final da formação, os participantes recebem os kits para iniciar o pequeno negócio. Depois disso, o governo do Estado faz o acompanhamento do bom uso do material entregue e do andamento do empreendimento.
As parcerias para a realização dos sonhos desses milhares pessoas são muitas. Diversas secretarias de Estado estão envolvidas, como a de Pequenos Negócios, da Mulher, da Educação e o Instituto Dom Moacyr (IDM). O Sebrae e o Senai também estão entre as instituições que apoiam a iniciativa.
Cinco mil matrículas no Pronatec
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) foi lançado pelo Governo Federal e tem como meta a ampliação da oferta de cursos de educação profissional técnica em todo do país. No Acre, em 2012, a meta de mil pes-soas matriculadas foi atingida. A previsão para este ano é a abertura de 15 mil vagas.
“Estamos mostrando às pessoas a importância de ter instrumentos para mudar de vida. E, com certeza, a educação é o caminho. A ideia é estimular as famílias a ter renda própria investindo em educação, ofertando qualificação e equipamentos como ferramenta para o desenvolvimento social e econômico”, destacou Marco Brandão, diretor-presidente do IDM, instituição responsável pela qualificação profissional.
A primeira pequena empresa
A persistência é o grande diferencial de três mulheres que decidiram abrir o próprio negócio. O primeiro passo foi acreditar na importância da formação profissional, e depois correr atrás do que acreditam.
“Nada vem fácil, mas estamos na batalha”, disse Maria Júlia de Oliveira. Ela, Gislene Antônia e Lídia Maria Alves são microempreendedoras e fazem parte do grupo de pessoas que estão sendo incluídas no programa de incentivo aos pequenos negócios desenvolvido pelo Governo do Estado e parcerias.
As três são donas da M. Mecânica de Motos, localizada no bairro Chico Mendes, em Rio Branco. A oficina está em processo de consolidação, com todos os equipamentos comprados pelo Governo do Estado. Para conseguir o capital de giro, as empreendedoras obtiveram um empréstimo no Banco do Brasil.
Segundo o superintendente regional do Banco, Marcos Bachiega, já foi liberado mais de um milhão de reais para o microcrédito. “Superou as expectativas do banco. Estamos à disposição para atender os microempreendedores, esclarecer dúvidas e ajudar a realizar sonhos”, garantiu. (Viviane Teixeira / Agência Acre)