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Novo chefe da procuradoria jurídica de Brasiléia responde processo por narcotráfico

O prefeito de Brasiléia, Everaldo Gomes (PMDB), nomeou como chefe da Procuradoria Jurídica daquela cidade o advogado José Luiz Revollo Júnior, que em julho do ano passado foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Joinville. Ele é acusado de ser integrante de uma  quadrilha internacional de tráfico de drogas, com atuação em vários estados do Brasil.

De acordo com informações da Polícia Federal, a Operação Joinville foi uma das maiores em número de prisões já realizada em investigação da PF no Acre, com repercussão em outros 5 estados.  A organização criminosa estava baseada no município de Acrelândia, com conexões nos estados de Rondônia, Pará, Minas Gerais, Ceará e São Paulo.

O advogado José Luiz Re-vollo Júnior passou quase 1 mês recolhido no presídio estadual em Rio Branco, acusado de integrar a quadrilha foi preso na madrugada do dia 4 de julho de 2012, durante a operação. Ele foi posto em liberdade por força de um habeas corpus para aguardar o julgamento em liberdade.

Durante todo o dia de ontem, 3, a reportagem de A GAZETA tentou contato com o assessor de comunicação Zezinho Morais, de Brasiléia, que no final da tarde retornou a ligação informando que estava fora do gabinete, mas que iria solicitar ao jornalista Eliandro Derze que enviasse uma nota sobre o assunto às redações dos jornais. O jornalista Eliandro Derze entrou em contato afirmando que até às 17h30 enviaria uma nota em nome do prefeito Everaldo sobre a nomeação do Chefe da Procuradoria Jurídica, mas não honrou com o acordado.

Relembre a Operação Joinville da PF – A Operação Joinville começou em março de 2009, a partir de informações do Departamento de Inteligência da Polícia Federal e tendo por objetivo combater uma organização criminosa envolvida com o tráfico interestadual de drogas, a partir do Acre.

De acordo com informações do início da operação, foram feitas 22 prisões e apreendidos mais de 180 kg de cocaína, além da apreensão de U$ 31 mil dólares americanos, armas e foram identificados outros 34 integrantes da organização criminosa, presos nesta quarta-feira, 4.

Durante a madrugada, cerca de 200 policiais federais vindos de vários estados cumpriram 51 mandados de prisão e apreensões de bens.

Segundo a investigação, um dos principais líderes do grupo investigados utilizava uma empresa agropecuária de fachada e viajava frequentemente a outros estados para negociar as remessas de entorpecentes, voltando com veículos que eram utilizados como pagamento pelos intermediários. O dinheiro arrecadado era trocado por dólares no mercado local para a aquisição de cocaína, nos países produtores da droga que fazem fronteira com o Acre.

A fábrica de móvel Joinville, localizada em Acrelândia, era usada para acobertar as operações criminosas. Além do tráfico de drogas, os criminosos praticavam lavagem de dinheiro e o financiamento ao tráfico, além de outros crimes de menor potencial ofensivo.

Relação dos presos em Rio Branco:
Valéria Silveira da Cruz, Eder, (esses dois seriam líderes), Pedro Frederico Marcos Brotto, Cristian Ribeiro, Idelmar Menezes Oliveira, Gessenei Vieira do Nascimento, Michel de Oliveira Carvalho, Elon Rebouças Soares, José Afonso Souza da Silva, Valcir Damázio, Josivan da Silva Nunes, André Coronel, Mário Sérgio Souza da Cunha,  Sabrina Borges Pereira, Valdir Wagner e Marinete Reatequim da Silva.

Presos em Acrelândia
Adoldo Eliezer da Silva, Ivan Duarte Santiago e Isaias Lopes Pereira.

Preso em Senador Guiomard
Jean Cristiano Kunz

Presos em Epitaciolândia
Adailton de Moura Reatequim e João Antonio Lopes Eduino

Presos em Brasiléia
Josafá Bandeira de Oliveira e José Luiz Revollo Júnior

Esclarecimento do procurador jurídico da Prefeitura de Brasiléia
“Senhor jornalista, venho por meio deste e-mail tecer algumas considerações, no dia 4 de julho de 2012, fui surpreendido por agentes da Polícia Federal em minha casa, no qual tinham um mandado de prisão expedido pelo juiz da Comarca de Rio Branco em desfavor a minha pessoa, fui acusado naquele momento de participar de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas, vale ressaltar caro amigo da imprensa que nunca conheci ou mesmo tive amizade, com essas demais pessoas presas nessa operação, para os fatos ficarem mais claros para o seu entendimento, esclareço que no ano de 2009, 2011 e 2012, possuí loja de artigos de vestuá-rios e informática na Zona Franca de Cobija Bolívia e como é de conhecimento de todos recebemos moedas estrangeiras (dólar, real e boliviano), ocorre que no ano de 2009, o Sr. Rizomar proprietário de uma importante agência de turismo na capital acreana, no qual sou seu cliente para compra de passagens aéreas desde 2005, me contatou informando que teria um cliente que queria dólares para viajar, e passou o meu telefone para esse cidadão que entrou em contato comigo perguntando se eu teria esses valores aproximadamente U$ 19.500,00, e que estaria se deslocando para a cidade de Brasiléia, informei que sim mas que acordaríamos sobre o valor do cambio que não lembro a época, mas informo ainda que não houve a finalização da negociação em razão do mesmo não gostar do tipo de cambio que fiz na época dos fatos.

Há de salientar, nobre jornalista, que esse cidadão estava sendo monitorado pela Polícia Federal do Acre, e quando ele me ligou, todas as nossas conversas foram gravadas e tenho o teor dessas conversas que em um momento oportuno posso passar para Vossa Senhoria, conversas essas que não passam de 3 linhas e que não possuem nenhuma conduta criminosa, em razão disso fui acusado de estar aliado a um bando criminoso, e minha vida foi transformada, fui julgado e condenado sem direito a resposta, por toda sociedade da minha querida cidade de Brasiléia, não atingiu somente a mim, mas também a minha esposa, filhos e pais, crimes esses imputados que passariam de 10 anos de reclusão, ou seja ficaria em regime fechado por todo esse tempo se estes fatos imputados fossem verdadeiros, acontece Sr. Jairo, que ficou constatado no TJ ACRE na Colenda Câmara Criminal, que esses crimes imputados a minha pessoa não seriam verdadeiros e por isso que foi concedido habeas corpus a minha pessoa, se Vossa Senhoria se aprofundar em sua pesquisa que nenhuma pessoa presa por tráfico de drogas é solta quase que imediatamente, assim como eu fui solto, ou seja eu tenho o respaldo de minha liberdade por 2 desembargadores, juristas e sabedores da lei, por oportuno quero frisar que em minha casa não foi encontrado nenhum armamento, tampouco substâncias entorpecentes.

Por fim, quero informar que sou mas uma vítima do sistema cruel brasileiro que julga as pessoas sem provas, uma entidade que deveria trazer credibilidade em suas informações como a Polícia Federal deveria ter mas cuidados com seus atos porque estes atos tem fé pública, mesmo assim fui preso, minha honra foi jogada na lama, e que esses tipos de reportagens abre grandes feridas em meu coração que estavam tentando cicatrizar, quero dizer que vossa Senhoria contribuiu para a tristeza de uma família, onde existem esposas, filhos, pais e amigos, espero que o Senhor nunca passe por tal situação de injustiça, quero que entenda que devo e preciso trabalhar, seja na administração pública ou privada, e enquanto não existir sentença transitada e julgada sou inocente em todos os efeitos e situações, só o que peço é o devido processo legal, para que nesse processo seja comprovada a inocência de um homem, de um cidadão brasileiro. E que Deus te de sabedoria em suas reportagens fica o meu telefone para qualquer esclarecimento 9952-7174”.

Brasiléia 3 de janeiro 2013
José Luís Revollo Junior

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