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UM APELO À ONU: Senador boliviano oposicionista aguarda liberação para encontrar família no Acre

Senador2701O senador boliviano Roger Pinto não vê a hora de receber o salvo conduto do seu rival político, o presidente daquele país Evo Morales, e enfim vir se reencontrar com a sua mulher e as suas filhas que se mudaram para o Acre. Há mais de 8 meses (mais de 240 dias) que o oposicionista não sabe o que é respirar tranquilamente um ar puro, já que não pode sair de uma sala de 4m x 5m (20 metros quadrados), alocada no primeiro andar da Embaixada brasileira em La Paz.

Roger Pinto é mais uma ‘vítima política’ de Evo Morales. Depois de fazer muito estardalhaço e chamar a atenção da mídia internacional para denegrir o ‘grande líder’ boliviano, Pinto (que é membro do partido Convergência Nacional (CN) e  líder da oposição de Evo no Congresso) e a sua  família passaram a serem perseguidos no país vizinho.  Sem recuar, o senador foi mais fundo e passou a relacionar as decisões políticas de Morales a tentativas indiretas de desarticular o combate ao narcotráfico na Bolívia, dando a entender que o presidente seria complacente ao crime.

Daí, Pinto começou a correr risco de morte, sendo acolhido em maio na embaixada brasileira. Sua mulher e 2 das suas 3 filhas vieram para o Acre, para esperar à vinda do senador ao Brasil. Só que para ele sair do ‘inferno’ em que vive na Bolívia, primeiro ele precisa do salvo conduta (que é a garantia jurídica que permite que ele pise em solo boliviano para poder sair da embaixada) do seu maior algoz político, Evo Morales. Para consegui-lo, Roger Pinto apela para que a ONU tente conseguir convencer o intransigente presidente boliviano a dar o braço a torcer.

O governo da Bolívia alegou que não quer emitir o documento porque Pinto responde a mais de 20 processo nos tribunais do país vizinho. Ainda assim, o governo brasileiro concedeu asilo político a Roger Pinto, após a filha do senador (a única que ainda mora na Bolívia) mandar uma carta à presidente Dilma ressaltando dos riscos de que seu pai corre se sair da embaixada. A decisão do Brasil em receber o político foi encarada como uma afronta ao governo boliviano.  

Para acabar com esta ‘novela’, políticos oposicionistas e amigos de Pinto enviaram seus apelos à ONU e à OEA reforçando da necessidade urgente de ambas intermediarem sua saída da Bolívia. O ministro da Justiça do Brasil, José Eduardo Cardozo, está agendando uma visita à Bolívia no dia 7 de fevereiro e, entre outros assuntos, deve tratar também da situação de Roger Pinto.

Enquanto isso, o senador vive ‘enclausurado’ na sala de 20 m². Ela fica ‘isolada’ do restante da embaixada brasileira por uma porta com tranca eletrônica. Lá, ele recebe suas visitas, faz suas refeições diárias e tem à sua disposição vários livros para por sua leitura em dia. Ele também tem uma bicicleta ergonômica para fazer exercícios físicos. Mas não pode sair da sala, jamais.  (Com informações da Revista Istoé)

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