Pelas bandas de cá o poder fala mais alto, acima de muitas coisas. Percebemos quando falamos da Operação Delivery. “Essas pessoas apenas erraram e são inocentes”, dizem os árduos defensores. Já quem é um lascado, comete crime, onde é mais fácil ele amargar uma temporada no xilindró do que uma pessoa que tem o poder nas mãos. E isso, infelizmente, é comum em todo o país, mas aqui as coisas acontecem de tal maneira que é até difícil de entender.
Se fosse o Seu João, que mora ali na periferia, com toda certeza ele estaria atrás das grades (e há muito tempo, diga-se de passagem). Sabe por quê? Porque ele não tem imunidade política, um dos melhores advogados e muito menos sangue azul. É uma pouca vergonha ter vereador, deputado, pessoas da Justiça envolvidas em um escandâlo como este. Estes, que deveriam ser exemplos e até servem de espelho para muitas, deixaram as suas máscaras caírem bem antes do Carnaval.
Vale destacar que a impunidade assola nossa sociedade e causa prejuízo a todos. Chega de tal forma que já se vê alguns integrantes da classe média e alta cometendo crimes e sendo tratados como se fossem as vítimas da sociedade. Raramente arrependimentos reais serão vistos e eles sempre se colocarão nesse papel de vítima. E sabe qual é a tendência, caro leitor? Mais e mais pessoas farão a mesma coisa. A impunidade influencia.
Tento entendender como existem pessoas que tomam as dores dos envolvidos. Isso é a mesma coisa, por exemplo, de defender um bandido. “Fulano” não merece estar preso, ele já é velho, não fazia nada…”. Ah tá, como diz uma amiga minha, “senta lá Cláudia”. A Lei é igual perante à todos, não se pode perdoar porque é uma pessoa mais estudada ou com maiores recursos financeiros. A aplicação das penas, a morosidade da Justiça e as leis demasiadamente protetivas ao criminoso estão destruindo nossa sociedade. Quanto mais são tratados como perseguidos ou coitados, pior.
O conceito da notícia depende muito da classe social que os protagonistas pertecem. E hoje em Rio Branco isso mudou pelo menos um pouquinho. Ponto para a imprensa, que está divulgando amplamente o caso. A população deve conhecer quem são essas pessoas. Queremos que a Justiça não seja falha. Não se pode passar a mão na cabeça de quem erra. Chega de impunidade!
Evely Dias – evelydias@gmail.com