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Perdoar é preciso!

Estava pensando em que escrever e me veio na mente falar sobre o perdão. Agora com a notícia recente do pedido de renúncia do papa Bento XVI da liderança da Igreja Católica e também com o lançamento da Campanha da Fraternidade, achei por bem falar sobre o assunto, até porque a Semana Santa se aproxima, também.

Mas enfim, o perdão vai além de uma simples “desculpas”, mas traz consigo o sentimento que afaga o coração e produz no indivíduo uma sensação de alívio, de algo que parecia pesado, carregado. O perdão também produz o esquecimento. Quando perdoamos geralmente esquecemos aquele fato. Mas você pode perguntar, eu já perdoei e ainda me lembro? Aí eu poderia dizer que não houve um perdão sincero. O perdão verdadeiro ele apaga. Ele se encarrega de retirar da memória as ofensas que lhe foram proferidas.

Jesus, o grande mestre, ensinou aos seus discípulos a perdoar os que vos causavam discórdias, ofensas, ou até mesmo palavras duras. Certa vez, Jesus ensinando foi questionado quantas vezes seria necessário liberar perdão. Sete vezes? Questionaram. E ele vos disse: Eu não digo sete vezes, mas setenta vezes sete. Perdoar vai além. Devemos perdoar todas as vezes que nós formos afrontados com uma situação. Fácil? Não é. É necessário que aquele que se dispõem a tal empreitada esteja revestido de amor. E aí temos mais um en-sinamento: “Ame os seus inimigos. Façam o bem aos que os odeiam, abençoe os que vos amaldiçoam, orem por aqueles que vos maltratam” (Lc. 06. 27-28).

Acredito que esses ensinamentos de Jesus podem ser praticados por mim e por você, não é difícil nem um bicho de sete cabeças e não está preso a uma religião. Eles são universais e todos podem usufruir desse tão belo gesto que é perdoar.

Para não ficar só nas palavras de Jesus e acreditarem que estou puxando a sardinha para o meu prato, pois sou evangélico, tratarei também do perdão sobre a óptica budista. Em seus ensinamentos, Buda afirma que a vingança é como uma brasa ardente que antes de queimar o seu inimigo, queimará primeiro você, ou seja, causará uma sensação de ressentimento.
Sabe querido leitor, muitas das vezes nós precisamos dizer: perdoe-me e falta a coragem, mas quero dizer que o perdão não é para os que se dizem durões, machões. O perdão é para os humildes, para os simples. Para os que não têm a soberba no coração e podem dizer: eu te perdôo ou eu te peço perdão. Os corajosos pedem perdão, os covardes se escondem por trás da dureza de coração e da arrogância. Sempre me questionam porque perdôo as aflições da vida. Respondo que perdoar é necessário. É a mesma coisa que fazer uma faxina em um quarto bagunçado, você retira o que não interessa e deixa apenas o que é importante, o que lhe será útil.

Perdoar é preciso. Comece hoje, antes que aquele alguém parta (partir no sentido de ir embora, não de morte) e você não possa dizer o que sente. Diga um eu te perdôo acompanhado de um eu te amo antes que seja tarde para alguém que você está desejoso em ver, mas o medo de se sentir ridículo te impede. Esquece os outros e faça sua parte. Perdoe!

José Pinheiro, jornalista da equipe de A GAZETA
jsp30acre@gmail.com

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