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Após dias de transbordamento, águas do Rio Acre começam vazante

Noronha 1Após passar da cota de transbordamento, o Rio Acre começou a apresentar sinais de vazantes. Na medição realizada na tarde de ontem, o nível do rio estava em 13,60m. A Defesa Civil fez a retirada de algumas famílias dos bairros mais baixos. Aproximadamente 25 pessoas foram encaminhadas ao Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, onde foram construídos 102 boxes de alojamento, para receber famílias que necessitem ser removidas das áreas alagadas.

Segundo o tenente-coronel George Santos, coordenador municipal da Defesa Civil, no momento a retirada de famílias foi suspensa. “Temos 6 famílias no Parque de Exposições, quatro são da Baixada do Habitasa, uma do Airton Sena e uma da Base. Tiramos mais 7, que foram encaminhadas a casas de parentes. Temos equipes em prontidão para qualquer eventualidade, mas no momento a retirada de famí-lias está paralisada porque o rio chegou à 14,12m, mas baixou bastante e nós paramos”.

Várias secretarias estão de prontidão para receber as famílias. “Continuamos com a estrutura, temos duas bases operacionais, que funcionam no Corpo de Bombeiros, que retira e faz o transporte das famílias e uma aqui no parque, que faz o recebimento e acolhida das famílias. No parque temos uma estrutura da secretaria de Assistência Social, de Saúde, com técnicos de enfermagem e enfermeiros, da Emurb, que faz a manutenção e limpeza e da Secretaria de Obras, que traz a infraestrutura”, disse o coordenador.

Apesar de a situação estar estável, George ressaltou que chuvas estão previstas para os próximos dias. “Temos algumas chuvas localizadas na proximidade do Riozinho do Rôla, mas a situação que ele se mantem é de vazante e no Alto Acre também. Subiu o nível em Assis Brasil, mas já começou a baixar. Para as próximas 72 horas está previsto muita nebulosidade, curtos períodos de sol e pancadas de chuvas com trovoadas. Estamos em alerta”.

A dona de casa Graziele Gomes, 17 anos, mora em uma casa emprestada há 3 meses na Cadeia Velha. Ela fica apreensiva só de pensar na volta para a residência. “Foi a primeira vez que enfrentei uma alagação. Não tinha condições de ficar, a água começou a subir muito rápido e meus vizinhos me ajudaram a retirar os móveis. Não quero mais voltar para lá, toda vez que chove fico preocupada, tenho medo de meus filhos pegarem alguma doença”.

Marizete Carneiro, 28 anos, perdeu tudo na enchente de 2012. “Está tudo dentro de água lá em casa. Todo ano é a mesma coisa, sempre alaga, mas é a primeira vez que venho para o abrigo. Antes eu ficava na casa da minha mãe, mas dessa vez não deu. Agora só nos resta esperar a água baixar para podermos voltar. Ano passado a água chegou no telhada, perdi quase todos os meus móveis”.

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