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Bispo Dom Joaquín escreve mensagem de agradecimento ao papa Bento XVI

Dom  JoaquinO bispo de Rio Branco, Dom Joaquín Pertíñez, redigiu uma mensagem demonstrando a surpresa e a consternação da Diocese da capital acreana com a renúncia do papa Bento XVI. Dom Joaquín, no entanto, não deixou de agradecer o bom trabalho realizado pelo papa teólogo alemão e muito menos de mostrar a sua compreensão, em nome de toda Diocese, pelos motivos apresentados por Bento XVI (nascido Joseph Alois Ratzinger) ao fazer a sua abdicação.

“Ainda cheios de tristeza e consternados por essa notícia, totalmente inesperada para nós, ao mesmo tempo valorizamos a sua [de Bento XVI] integridade e coerência, nas razões apresentadas no seu comunicado, sinal de sua humildade e grandeza de alma”, declarou Pertíñez.

O momento para a renúncia de Bento XVI também foi alvo dos elogios de Dom Joaquín: “Quando os reis e poderosos deste mundo procuram manter-se no poder, por todos os meios possíveis, o Vigário de Cristo nos fala em latim, para anunciar sua renúncia à Cátedra de Pedro”.

Dom Joaquín declarou, ainda, que ‘Bento XVI entrará para a história como o “Papa do amor” e o “Papa do Deus Pequeno”, que fez do Reino de Deus e da Igreja a razão de sua vida e de seu ministério’. Dom Joaquín atribuiu estes legados ao alemão devido ao seu raciocínio simplista para tornar a linguagem religiosa compreensível a todos e por tornar os ensinamentos divinos e da fé um alvo de interesse para ser vivenciado na íntegra.  

Ainda em seu texto, o bispo de Rio Branco ressalta a força e altruísmo de Bento XVI em renunciar pelo bem da Igreja e pede que os fieis acreanos se mantenham unidos neste momento.  
“Como filhos da Igreja, acolhamos suas razões e rezemos por ele, unidos em comunhão fraterna. E continuemos confiantes na assistência do Espírito Santo, neste momento singular da vida da Igreja de Cristo. Unidos na oração”, finalizou ele.

Surge a esperança de um brasileiro no Papado, diz Aníbal no Senado
Na primeira sessão do Senado após o feriado de Carnaval, realizada na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (13), o senador Aníbal Diniz subiu à tribuna para manifestar seus sentimentos em relação ao anúncio do Papa Bento XVI  de que vai renunciar ao Papado no próximo dia 28 de fevereiro.

Para Aníbal é o momento para que os brasileiros fiquem na torcida para que a decisão do Conclave, a ser tomada ao longo do mês de março, sobre o sucessor de Bento XVI, seja uma decisão menos “europeizada” e que possa dar atenção para o mundo, para a África, para a América Latina.

“Quem sabe não seja a oportunidade de termos um Papa que represente os países dos povos menos favorecidos do mundo? Novamente surge a esperança de que possamos ter um Cardeal brasileiro – porque tem direito a voto e tem direito a ser votado – na Cátedra de Roma. Quem sabe não seja esta a oportunidade de termos um Papa com maior relação com os povos latino-americanos e quem sabe até um Papa brasileiro?”, indagou.

Antes, o senador Aníbal declarou  o quanto ficou impactado com a notícia da renúncia do Papa Bento XVI .”Tão logo tomei conhecimento do assunto manifestei o quanto isso me chamou a atenção porque não é fácil abdicar do poder. As pessoas podem fazer a avaliação que quiserem, mas o fato é que é difícil estar investido no poder com plenos direitos a usufruir e abrir mão desse poder”, destacou o senador em plenário.

Aníbal qualificou a atitude do Papa como corajosa e honesta. “Foi uma atitude que chamou a atenção do mundo. Não é à toa que Chefes de Estado de vários países se manifestaram externando surpresa. Até as autoridades do Vaticano externaram surpresa com a decisão do Papa”, registrou.

Por outro aspecto, salientou o senador, que ao fazer uma confissão pública de que não se sente em condições físicas nem com o mesmo vigor de saúde para dar conta de sua agenda e anuncia a sua renúncia, o Papa tem um gesto de extrema grandeza. “Esse gesto nos põe a refletir porque a vida humana é muito efêmera e nós somos extremamente frágeis”, disse.

O senador Aníbal analisa também que o gesto do Papa deixa um ensinamento para o mundo. “Ao renunciar o alto do seu extremo poder na Igreja Católica, ele dá uma demonstração de que nós precisamos conhecer os nossos limites, nós precisamos olhar no espelho e nos dar contar de que nós somos falíveis”.

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