Rio Branco sediou nos dias 21 e 22, no hotel Imperador Galvez, a VII Reunião Bilateral entre Brasil – Peru dos Organismos Nacionais Competentes de Aplicação do Acordo sobre Transporte Internacional Terrestre – ATIT. Estiveram presentes sindicatos e associações de empresas transportadoras de ambos os países, além de representantes dos governos brasileiro e peruano.
A reunião definiu entraves de transportes de cargas entre os dois países. O mais grave deles está relacionado a um limite de 30 mil toneladas de frota, que as empresas transportadoras são obrigadas a cumprir anualmente. Essa limitação impede que o comércio entre os dois países cresça, e consequentemente impede também a entrada de novas empresas no mercado.
Mas, depois de dois dias de reuniões entre as autoridades governamentais de ambos os países, pressionados pelos agentes transportadores, essa limitação de 30 mil toneladas de frota foi ampliada para 50 mil anuais. Segundo Jair Santos, assessor especial da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), esse aumento de 20 mil toneladas já é uma grande vitória para o intercambio comercial com o país andino.
“Nossa meta aqui é ampliar o comércio com o Peru. É criar oportunidades para novas empresas. Mesmo não conseguindo extinguir esse limite de cargas, conseguimos ampliar de 30 para 50 mil, e isso já é uma grande vitória”, comemora.
Para o diretor-geral de Transporte Terrestre do Peru, Jose Luiz Qwistgaard Suárez, a tendência é que no decorrer dos anos essa limitação não venha mais existir. “No último ano, o Brasil e o Peru usando o transporte terrestre, via interoceânica, dobraram o número de exportações. Nada mais natural que aumentar esse limite de frota e, se continuarmos assim, a tendência é eliminarmos”, comentou Suárez.
Esse aumento beneficia diretamente o Estado do Acre na visão da diretora executiva da Transporte Internacional e Multimodal da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, Sônia Rotondo.
Para nós, o Acre é um estado estratégico nesta nova rota para os portos do Pacífico, pois será o Acre que vai receber e despachar essas mercadorias. Ou seja, o setor de serviços nas áreas de comércio exterior e exportação vai crescer muito por aqui”.
Essa nova medida vai beneficiar diretamente a Zona de Processamento de Exportação do Acre (ZPE), que exportará 80% da produção de suas indústrias. Com esse aumento de 20 mil toneladas da frota, significam cerca de 800 caminhões a mais trafegando nas estradas brasileiras e peruanas, garantindo assim, o escoamento de toda a produção. (* Assessoria Sedens)