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Concursada denuncia Pró-Saúde por falta de assistência

denúnc iaNa terça-feira, no Hospital da Criança, a técnica de laboratório Maria Barbosa, de 40 anos, sofreu um acidente. Uma centrífuga de laboratório, aparelho onde se colocam tubos de ensaio contendo o material a ser examinado, explodiu e fragmentos do aparelho acertaram o rosto da vítima.

Maria explicou o que aconteceu no momento do acidente. “No momento da explosão, uma peça da máquina acertou o meu rosto. Foi muito rápido, fez um corte profundo acima dos meus lábios, perdi um dente e o outro tá mole”.

Há tempos o aparelho vinha apresentando problemas. “Essa centrífuga tinha um barulho horrível, me incomodava bastante. Eu ia até comprar um protetor de ouvido. O equipamento era aparentemente velho. Por pouco não atingiu na minha cabeça. É descaso de o hospital trabalhar com um equipamento velho, o risco que eu corri foi grande. Estou abalada psicologicamente, com medo de voltar ao trabalho e acontecer a mesma coisa. É difícil esquecer. Mas eu preciso trabalhar, tenho duas filhas que precisam de mim”, ressaltou.

A técnica, que é concursada pelo Serviço Social de Saúde do Acre (Pró-Saúde), alega que a instituição não deu assistência necessária. “O Pró-Saúde me informou que iria me dar assistência, caso eu precisasse. Eles foram ao hospital, viram a minha situação e só. Pedi ao hospital que eles me indicassem um psicólogo, inclusive já fiz a primeira consulta. Eu que tive que ir atrás. O Pró-Saúde somente me enviou à Urap do Taquari para uma consulta com um dentista. Eles pediram para retornar na próxima semana para ver o que pode ser feito. Não sei onde eu vou fazer o tratamento do meu dente, aliás, essa foi a única assistência que eles me deram”.

A vítima diz que merece mais atenção da parte da instituição. “Ninguém veio à minha casa para saber se eu estou bem, se preciso de algo. Ficaram de indicar um psicólogo, mas até agora nada, eu fui por conta própria. Não tô podendo me alimentar direito, só estou comento alimentos pastosos ou líquidos. Tenho que tirar dinheiro do meu bolso para comprar alimentação e colocar gasolina caso eu queira ir ao médico. Eu esperava que fosse dado um pouco mais de amparo, já que sou concursada. Eu mereço um pouco mais de atenção da parte deles.

Pró-Saúde
A equipe de reportagem do A Gazeta procurou a administração do Pró-Saúde para esclarecer os fatos. De acordo Marcelo Gonçalves, assessor jurídico da instituição, todos os encaminhamentos foram dados à técnica de laboratório. “Essa situação nos pegou de surpresa, porque no dia seguinte após o acidente ela foi encaminhada à um dentista. Foi feita uma avaliação e o dentista nos retornou informando que o procedimento não poderia ser feito naquele momento, por algumas causas clínicas, mas foi marcado para ela retornar na terça-feira. Ela solicitou uma psicóloga e está sendo atendida. Nenhum pedido a mais foi feito ao Pró-Saúde”.

O assistente jurídico destacou que a instituição não mediu esforços para atender Maria. “A nossa diretora entrou em contato com ela para saber se havia alguma outra solicitação, algum pedido e a Maria falou que não tinha. Não entendemos realmente o que houve. Solicitamos, em prazo urgente, que uma assistente social vá até a residência dela para entender o que está acontecendo. Todas as atitudes necessárias do caso foram tomadas. Em momento algum deixamos de dar assistência. Não medimos esforços para ajudar, além do dever moral existe o dever legal. O Pró-Saúde não vai se negar a prestar o atendimento necessário”, concluiu.

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