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Mais de 100 índios Jaminawa ocupam sede da Funai em Sena Madureira

IndiosMais de 120 índios da tribo Jaminawa estão ocupando a sede da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) desde a última terça-feira, dia 29, em Sena Madureira. Os indígenas protestam contra a quebra de acordos pactuados entre o chefe local do distrito da Sesai, Raimundo Costa, e o Ministério Público Federal, Polícia Federal e o Cimi. Os pactos foram selados há anos, inclusive com a presença de juízes federais, mas os seus pontos não estão sendo cumpridos na prática.

Entre as medidas acertadas em acordos e que não estão sendo cumpridas integralmente, o presidente da federação Huni Kui do Acre, Ninawá Huni Kui, enumerou problemas em geral de Saúde. Eles são: falta de assistência médica, falta de remédios, atendimento especializado em alta e média complexidade, e carência das visitas multiprofissionais nas aldeias.

“No ano passado, os profissionais da Sesai não foram nenhuma vez. Neste ano, foram 1 vez, mas não deixaram o povo satisfeito. Enquanto isso, os índios estão sendo acometidos por várias doenças. Algumas até fatais, como o vírus da hepatite”, denunciou Ninawá.

Ninawá conta que há 7 comunidades Jaminawas nos entornos de Sena. Portanto, mais destas tribos podem comparecer para reforçar a tomada da base do Sesai. De acordo com o ativista dos direitos indígenas, as bases não estão funcionando desde o dia da ocupação. “Eles param de trabalhar porque acham que os índios podem oferecer algum risco para eles, servidores”.

Índios Isolados no Acre
Os chamados índios ‘isolados’ estão cada vez mais afixando o Acre no mapa dos seus fluxos migratórios. De acordo com a Funai/AC, os indígenas ‘invisíveis’  estão aparecendo mais nos relatos dos índios civilizados acreanos, atestando a sua presença maior nas regiões de fronteiras do Acre com o Peru. Eles vêm para cá ao serem expulsos por atividades ilegais de extração de madeira, minério clandestino e o tráfico de drogas. A presença deles aqui pode se tornar uma dor de cabeça porque eles confrontam tribos locais.

A Funai local prevê que a situação deve se agravar, uma vez que o Congresso do Peru deve aprovar a construção de uma estrada que liga os municípios de Puerto Esperanza e Iñapari, cidades vizinhas da acreana Assis Brasil.

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