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Plano Diretor de Transporte de Rio Branco segue ‘engavetado’

 O trânsito de Rio Branco, ao passar dos anos, se tornou cada vez mais caótico. O transporte público oferecido faz grande parte da população optar por um veículo individual. A frota de veículos cresceu na capital e com isso trouxe vários problemas: lentidão, congestionamento, acidentes e a falta de espaço.

 Em 2009, na gestão do prefeito Raimundo Angelim e do governador Binho Marques foi lançado o Plano Diretor de Trânsito e Transporte da Cidade de Rio Branco (PDTT). O objetivo do plano era buscar soluções para o presente e o futuro do trânsito e transporte da Capital, priorizando politicamente os sistemas públicos de transporte coletivo e apoiando a municipalização efetiva do trânsito.

 A ideia inicial do plano era que ele fosse revertido em lei, mas não aconteceu, explica Ricardo Torres, superintendente do Rbtrans.
“Através do BNDES, com a ajuda do governo do Estado e a parceria do Deracre nós fizemos um plano. Foram feitas várias pesquisas na área de trânsito e transporte e encaminhamentos em relação às propostas de alteração. A proposta colocada ao prefeito foi de acompanhar o desenvolvimento do plano nos anos seguintes, para ver qual era o tamanho desse impacto e oportunamente, quando houvesse um cenário de capacidade operacional melhor, o transformássemos em lei. A nossa preocupação em reverter um plano de transporte em lei é que o dinamismo poderia engessar o sistema”.

 Para absorver o impacto desse crescimento da frota de veículos, várias medidas foram adotadas. “Nos últimos anos evoluímos bastante. Temos a Avenida Ceará totalmente remodelada em seu formato urbano, com pistas, duplicação, ciclofaixa, calçadas. A Via Chico Mendes traz todas as pessoas da região do 2º Distrito. A 3ª Ponte abriu uma possibilidade de desviar as cargas da área central. A 4ª Ponte e a Amadeo Barbosa vieram para tirar o grande fluxo de uma só região. Tivemos intervenções na Antônia da Rocha Viana, urbanização de toda a Estrada da Sobral e na Estrada do São Francisco. Além disso, houve várias intervenções urbanas. O Detran trocou toda a rede semafórica da área central”, ressaltou Ricardo.
O superintendente enfatizou que historicamente o transporte coletivo no Brasil, seja ele sobre pneus, trilhos ou qualquer outro, tem deficiências.

“Estamos em um processo evolutivo, o brasileiro está deixando de enxergar só o carro. Em contrapartida, nos últimos 10 anos, a abertura para conseguir um carro ou moto foi muito grande. Tivemos duas crises econômicas, isso afetou o que estava planejado. O sistema de transporte mantém um padrão que gira em dois milhões de passageiros por mês. Isso não mudou nos últimos 7 anos. Ao longo desse período, a frota no início da gestão do Angelim era de 56 mil veículos e fechou a gestão com 128 mil. Ela dobrou e ao mesmo tempo nós mantemos o mesmo número de passageiros. Muita gente saiu do transporte coletivo para o individual”.

 Na nova gestão da prefeitura da capital, o plano será revisto. “Vários planejamentos estão previstos no plano diretor. O grande desafio continua sendo melhorar a oferta de transporte coletivo, para que possamos conseguir reverter esse processo do individualismo. Esse ano iremos realizar o concurso público para contratação de agentes de trânsito, corpo de engenharia, técnicos que possam dar continuidade no processo. Isso é um item muito importante dentro da reconstrução do trânsito. A expectativa para 2013 é rever o plano, analisar o que conseguimos efetivamente evoluir e o que mudou de 2009 para cá, para que possamos aplicar uma nova dinâmica”, concluiu Ricardo.

 

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