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Médicos são acusados de provocar aborto em mulher grávida

 MAE FILHO MORTOSMédicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brasiléia (cidade a 240 quilômetros de Rio Branco) são acusados de ter induzido a morte de um bebê e de sua mãe, a dona de casa Irene Torres, de 43 anos, que morava na cidade boliviana de Cobija, do outro lado da fronteira. 

Segundo a família, o erro médico teria começado quando a dona de casa foi até a UPA da cidade para cuidar de uma erisipela nas pernas. A doença é causada por germes que irritam a pele e causam feridas. É também conhecida por ‘fogo de Santo Antônio’.

Ao chegar à unidade de saúde, além da erisipela, foi diagnosticada também uma gravidez de aproximadamente seis meses. 

Contudo, segundo os médicos, o feto já estaria morto e este seria o motivo das fortes dores causadas na mãe.

Depois de várias tentativas de fazer a paciente abortar sem sucesso, os médicos transferiram Irene para Rio Branco, onde ela foi encaminhada para a Maternidade Bárbara Heliodora, portando um laudo médico dando conta da morte do feto.

De acordo com informações, Libânia Cardoso Torres, irmã da vítima, ao chegar à maternidade, confirmou-se a suposta morte do feto e foram ministrados mais medicamentos a fim de provocar o aborto.

Mas para a surpresa de todos, na sexta-feira passada, quando a equipe médica aguardava que o feto saísse do ventre da mãe, a mulher deu à luz um bebê prematuro de aproximadamente seis meses, que estava vivo e que foi levado rapidamente para a incubadora da UTI Neonatal.

A mãe, por sua vez, com infecção generalizada, foi encaminhada para a UTI da maternidade do Hospital Santa Juliana.

Na segunda-feira, 11, mãe e filho morreram. A criança morreu por volta das 17h30. A mãe, às 22h40.

Revolta – A família está revoltada com a situação. Reclama que os médicos se concentraram em medicamentos para provocar a saída do feto, mas em nenhum momento se preocuparam com o problema da erisipela na perna, que foi a causa da mulher ter procurado ajuda médica.

Segundo ainda informações da família, a criança morreu na segunda-feira e os assistentes sociais da Maternidade não teriam ligado para a família, que somente descobriu por meio da irmã, Libânia Torres, após ela ter ido à maternidade saber como estava a criança.

“Lá, soube que ele foi enterrado como indigente”, conta Libânia. A direção da maternidade alegou não ter encontrado nenhum parente do bebê, embora segundo Libânia, tenham sido deixados dois números de celular para contato.

Nando Perez Manguari, marido de Irene Torres e pai da criança, estava no cartório registrando o filho, quando foi informado que a criança estava morta.
O homem, em estado de choque por ter perdido a mulher e o filho, ainda recebeu o atestado de óbito do filho, onde a causa morte é assinalada como “prematuridade extrema”.

“Não seria diferente, pois essa criança foi bombardeada por medicamentos que causaram a sua morte, tanto na maternidade de Rio Branco, quanto na UPA de Brasiléia”, acusa Irene.

Procurada pela reportagem de A GAZETA, a direção do Hospital Santa Juliana se recusou a se pronunciar sobre o caso.

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