Numa intervenção contundente na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 20, o deputado Flaviano Melo (PMDB) pediu ‘medidas concretas do Governo Federal’ em relação aos brasileiros que vivem na Bolívia. A reunião, convocada para discutir com representantes dos ministérios das Relações Exteriores (MRE) e da Justiça a situação de brasileiros residentes na Bolívia, contou ainda com a participação de deputados estaduais acreanos.
A reunião, os parlamentares acreanos relataram que nos últimos anos têm sido recorrentes relatos e denúncias de xenofobia praticada por agentes do governo e pela polícia boliviana contra estudantes, proprietários de terras, comerciantes e presos brasileiros. As denúncias envolvem, ainda, desrespeito aos direitos humanos.
O foco da discussão se concentrou sobre os brasileiros presos na Bolívia. Em especial depois do ataque a 5 presos brasileiros por detentos bolivianos, que resultou na morte de um brasileiro , Alexandre Bezerra Montenegro, no presídio de Villa Bush (Departamento de Pando). Para Flaviano, é hora de o governo brasileiro se manifestar de forma definitiva em relação à Bolívia, cujo governo tem adotado diversas relações hostis a brasileiros que moram naquele país.
De acordo com o parlamentar, a Chancelaria brasileira sempre teve uma posição muito tímida e até cordata, sobretudo em relação ao governo Evo Morales. O deputado lembrou que a situação toma uma dimensão ainda maior para estados como o Acre, que tem mais de 6 mil estudantes na Bolívia, além de inúmeros acreanos que moram ao longo da fronteira.”A situação se tornou insustentável para muitos”.
Há mais de 170 brasileiros cumprindo penas nas prisões bolivianas.
Perpétua Almeida sugeriu que o Itamaraty seja o mediador nos conflitos entre as cidades fronteiriças, mas que aplique a regra da reciprocidade. “A diplomacia brasileira não está avançando porque a situação na fronteira está se agravando a cada dia. O Brasil precisa endurecer”, sugeriu. (Da Assessoria dos deputados Flaviano Melo e Perpétua Almeida)