O prefeito de Epitaciolândia, André Hassem (PSDB) esteve na Aleac na manhã desta quinta-feira, 21, para comunicar aos deputados acreanos as precárias condições em que são submetidos os presos brasileiros no presídio de Villa Busch, em Cobija, na Bolívia.
O prefeito, que vem acompanhando o caso desde seu início, apresentou aos parlamentares um vídeo feito dentro do presídio de Villa Busch, e segundo ele, as cenas são de “horrores” além de efetivar a ideia de que a unidade não tem as mínimas condições de funcionamento.
“As condições são desumanas. Não se discute o crime que se fez. Se discute as condições e a maneira que são tratados esses presos. Desconheço realidade pior que Villa Busch. Os presos são submetidos à tortura em si pelo ambiente úmido que se tem”, disse Hassem.
Ainda de acordo com o relato do prefeito, uma adolescente brasileira de 13 anos, que tem a mãe cumprindo pena na unidade, convive com os demais presidiários sendo exposta ao risco de sofrer abuso. Outra situação relatada é de um senhor de 68 anos que está na unidade prisional com hanseníase. Segundo a informação, os presos brasileiros foram obrigados a construir uma cela separada para que o idoso ficasse isolado dos demais detentos.
A visita feita por André Hassem e mais 18 vereadores, 9 deles de Epitaciolândia e 9 de Brasiléia, teve também caráter humanitário. Os representantes políticos da fronteira foram recebidos, em Villa Busch, pelo comandante coronel Murillo que segundo a informação recebeu as autoridades brasileiras com cortesia.
“Fomos bem recebidos pelo coronel Murillo. O telhado do presídio não existe, então, levamos lonas para improvisar uma cobertura. Além de alimentos e cobertores. Uma ajuda humanitária nesse primeiro momento. Mas queremos mais que isso”, relatou o chefe do Executivo municipal de Epitaciolândia.
Ainda na agenda das autoridades brasileiras, foi realizada uma reunião com o juiz de instrução cautelar, Diego Bandir Joca Saucedo, que prometeu aos presentes o atendimento médico a 4 detentos brasileiros que estavam com ferimentos pelo corpo.
Em Pando existe a presença de 31 presos brasileiros. Sendo que 11 desses foram transferidos para Santa Cruz de La Sierra, Bolívia. O prefeito defende que o Itamaraty viabilize a extradição dessas pessoas junto às autoridades bolivianas. De acordo com ele, a ideia de transferi-los para outras regiões da Bolívia não resolve o problemas sendo que há um distanciamento maior dos familiares dos detentos.
O prefeito criticou a utilização dos recursos que são repassados ao Consulado brasileiro na Bolívia. Segundo Hassem, não existem evidências de que os recursos cheguem até o presídio dado às péssimas condições dispensadas aos presidiários brasileiros.