A repetição de mais uma cheia do Rio Acre, que já desabrigou no final de semana mais de cem famílias e, pelas previsões, este número deverá se multiplicar, só reforça a necessidade de se reordenar o crescimento da cidade para áreas mais elevadas.
Mesmo que esta alagação não atinja a gravidade do “inverno” passado, fica cada vez mais comprovado que, com as mudanças climáticas e o déficit habitacional, a cidade estará sujeita a cada ano de passar pelos mesmos problemas. Insistir no erro é irresponsabilidade ou burrice tanto dos gestores públicos como de seus habitantes. Embora necessários, quantos recursos públicos não são dispendidos a cada ano para apenas minorar, mas não para resolver o problema dessas famílias…
Daí a necessidade de se enfrentar essa situação, que já virou calamidade e tragédia para centenas, milhares de famílias, com determinação, como se vai fazer com o projeto Cidade do Povo, por mais que o projeto seja contaminado com argumentos políticos.
Aliás, a situação tornou-se tão insustentável que outros projetos semelhantes deverão ser pensados mais adiante para acabar de vez com a repetição dessa tragédia, o que deveria ser obrigação de cada administrador da cidade e do Estado.
Em se fazendo isso, não só se estará resolvendo o problema dessas famílias, como contribuindo para a preservação do próprio Rio Acre, que é ainda o principal manancial de água disponível para toda a cidade.