Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Policial militar cumpre promessa e rema o Juruá inteiro por quase 3 meses

Promessa é dívida. Por isso o policial militar coronel Hiram Reis da Silva, 62 anos, natural de Porto Alegre/RS (mas um amante da Amazônia), passou os últimos 3 meses percorrendo um dos rios mais desafiadores da região, o Juruá, a remo. No caminho da sua aventura, o gaúcho fez paradas por mais de 30 cidades interioranas do Acre e do Amazonas. Tanto esforço serviu para o coronel pagar uma promessa que ele fez quando sua esposa sofreu um AVC. Ele prometeu descer os rios da Amazônia, caso a sua amada sobrevivesse ao susto.

Outro propósito da inesquecível viagem a remo de Hiram foi também para prestar uma singela homenagem a um esquecido herói militar chamado general Belarmino Mendonça. Hiram Reis conta que Belarmino Mendonça fez um trabalho de reconhecimento do Rio Juruá no mesmo tempo em que o famoso escritor Euclides da Cunha fazia a sua expedição pelo Purus. Porém, apenas o feito de Euclides foi memorado na história da região nos dias atuais.

Ainda sobre esta história de Belarmino Mendonça, Hiram diz que ficou muito contente com a sua expedição a remo pelo Rio Juruá porque nela ele teve a oportunidade de conhecer e receber a gratidão de um descendente, tataraneto, do general que cruzou o Juruá há 108 anos.

A expedição começou no final de janeiro e terminou no último domingo, dia 10. De resultado prático, ela servirá para atualizar dados da superintendência regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes). Entre eles, erros nos mapas e na parte de navegação e de nomes de comunidades locais. Agora que a expedição in loco terminou, o policial gaúcho deve reunir as informações coletadas e enviar um relatório final ao Dnit. Este trabalho deve levar em torno de 4 meses. Ele também busca patrocínio para transformar a expedição em um livro.   

No trajeto, Hiram Reis percorreu mais de 3.900 Km remando nas curvas do Rio Juruá. Ele foi acompanhado por mais 2 militares. A rotina diária deles era bem árdua. Eles começavam os trabalhos nas primeiras horas da manhã, às 4h e remavam até às 11h, quando começavam a perguntar entre as comunidades ribeirinhas sobre bons locais para acampar. Por volta das 14h (já mais de 10 horas seguidas remando), o trio saía do rio e levantava acampamento.  Em média, eles conseguiam fazer 12 Km/h com os seus caiaques. (Com informações do G1/AM)

Sair da versão mobile