Energia elétrica é um bem precioso para todo o Brasil. No Acre, o que a população mais cobra são serviços de distribuição de maior qualidade. Mas em Rondônia ela pode ser desperdiçada. Isso mesmo: energia jogada fora! Sem ter linhas de transmissão para levar a energia gerada para as regiões Sul e Sudeste do país, as usinas hidrelétricas do Rio Madeira talvez tenham de desligar as suas turbinas nos próximos meses, deixando de produzir muita energia para o Brasil.
Segundo o planejamento do Governo Federal, serão construídas 2 linhas de transmissão, cada uma com 2,4 mil Km de extensão. Elas estão orçadas em mais de R$ 8 milhões. Só que estão atrasadas. A primeira delas deveria ficar pronta no mês passado, em fevereiro. Mas não está. Por isso, a conclusão dela ficou agendada para 30 de abril. Porém, já se fala em um novo adiamento.
Com isso, as usinas podem ficar gerando a energia, mas não terão como mandá-la para o restante do Brasil. Atualmente, as usinas do Madeira já contam com 10 turbinas e outras máquinas complementares em operação, que geram um montante de energia suficiente para abastecer mais de 3 milhões de casas na região. Aos poucos, mais e mais turbinas são ligadas.
Estas casas abastecidas pelas usinas são do Acre e de Rondônia, enviadas através de uma rede local de transmissão. E uma pequena parte dela já é enviada ao Sudeste, por meio de uma rede de transmissão antiga, mas que é de baixa tensão. A usina pode gerar energia em até 14 turbinas para suprir esta demanda local do Acre, Rondônia e estados do Sudeste. A partir daí é desperdício. Até abril, técnicos estimam que as usinas do Madeira terão estas 14 turbinas operantes.
Em outras palavras, a partir de abril, se a 1ª das linhas de transmissão para o restante do país não tiver pronta, significa que a energia produzida no estado vizinho será realmente perdida, ou terão de fazer ‘corpo mole’ na execução dos trabalhos para ligar as turbinas do Madeira.
Caso isso aconteça, as empresas responsáveis pela geração da energia serão ressarcidas, o que representa que o governo deverá pagar por uma energia que pode não estar sendo consumida. No fim das contas, o prejuízo deverá ficar para o bolso do consumidor local (Acre e RO).