Vendedores de vale-transporte, que executavam a atividade no Terminal Urbano e que foram retirados pela Prefeitura no último dia 28, continuam no local tentando realizar a atividade. Entretanto, uma equipe policial fica de prontidão no local e os vendedores ficam impossibilitados de rea-lizar o trabalho.
Após a orientação do Ministério Público, a atividade de venda de vale-transporte foi impedida. Aproximadamente 25 pessoas trabalhavam em pontos no terminal de ônibus. Agora muitos ficam vagando pelas redondezas do terminal com o objetivo de dar continuidade às vendas.
Olívia do Rosário, 37 anos, afirmou que a venda de vale transporte era a sua única renda e que está passando necessidades. “Ficou difícil, não temos de onde tirar dinheiro, estou desempregada. A prefeitura disse que ia dar um curso para a gente, mas nós queremos é emprego, eu tenho família para sustentar e contas a pagar. Agora tô com meus filhos passando necessidade”.
A vendedora explicou que já procurou emprego, mas não conseguiu em nenhum lugar. “Só queremos trabalhar e nada mais. Que coloquem a gente em outro lugar, em outra atividade. Isso não é pedir demais. Procurei emprego em outros lugares, mas não encontrei. É difícil”.
Trabalhando há 15 anos com a venda de vale-transporte, Carlos Alves Bezerra disse que a prefeitura não deu nenhuma solução ao caso. “Minha situação está precária, trabalhava aqui há 15 anos com esse serviço, desde o tempo que o vale-transporte era de papel. O prefeito nos mandou sair e não deu nenhuma solução, nenhum trabalho. Nós precisamos disso aqui para sobreviver, nenhum de nós tem outra atividade para fazer. Meus filhos precisam comer”.
Carlos ressaltou que o prefeito prometeu, durante a campanha política, que não iria tirá-los de lá. “Na época da eleição o Marcus Alexandre disse que não iria nos tirar daqui. Eu perguntei e ele me garantiu, disse que o nosso trabalho era digno e que iria gerar empregos. Eu só vivo disso, tinha esperanças. Agora não sei mais o que fazer”.
O vereador Gabriel Forneck, líder da prefeitura na Câmara Municipal, negou que Marcus Alexandre tenha prometido algo aos vendedores. “Em nenhum momento no período eleitoral, o prefeito deu garantias que eles iriam continuar as vendas no terminal, sou testemunha disso, todas as vezes que o prefeito esteve no calçadão, eu acompanhei. A venda do vale-transporte da forma que eles fazem é ilegal e irregular”.
A decisão foi tomada após reclamações dos usuários do transporte coletivo, disse o vereador. “Esse é um direito exclusivo do Sindcol vender. O Ministério Público cobrou a retirada dessas pessoas por conta das denúncias feitas pelos os usuários de transporte coletivo, que se sentiam coagidos pela forma de abordagem desses vendedores. A prefeitura deu um prazo até 14 de fevereiro para que eles pudessem vender o restante das cargas dos cartões. Eles disseram que o prazo era pequeno, foi estendido até o dia 28”.
Gabriel enfatizou que cursos profissionalizantes foram oferecidos aos vendedores, que não aceitaram. “A prefeitura ofertou cursos profissionalizantes para essas pessoas, com o material para trabalhar e uma bolsa de ajuda de custo de R$ 100,00 durante o curso. Os vendedores alegam que é pouco, que não vale a pena e não querem”.
Não há possibilidades da venda de vale transporte retornar. “Eles foram retirados. Não tem como voltar. Os que voltarem, infelizmente serão presos por descumprirem uma ordem judicial”, finalizou Gabriel.