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Governador anuncia medidas para que o rio só ‘alague’ a cidade ao chegar em 15 metros

Governo a gazetaO governador Tião Viana adiantou, em visita ao jornal A GAZETA na tarde desta quarta-feira, 27, que o Governo do Estado, com o apoio vital da Prefeitura de Rio Branco e do Governo Federal, na figura da presidenta Dilma Rousseff, vão tomar todas as medidas necessárias para tornar a cota de alerta do Rio Acre na Capital em 15,30 metros e a de transbordamento perto de 16m. A solução para superar este desafio de elevar as cotas de 13,5m (alerta) e de 14m (transbordamento) nos próximos anos está, entre outras ações, na construção do projeto Cidade Povo.

O empreendimento habitacional que promete ser o maior da história acreana (já que visa erguer a 3ª maior cidade do Estado) possibilitará a retirada em definitivo das famílias das áreas de risco mais próximas do Rio Acre. De fato, Tião conta que as primeiras 3.558 unidades habitacionais do programa iriam para famílias na chamada ‘faixa básica’. Mas agora, o governador anunciou que serão construídas, primeiro, as cerca de 3.300 casas da ‘faixa zero’, que serão destinadas para a população de baixa renda, ou seja, as primeiras famílias que sofrem com a cheia do rio.

 Contudo, qual é a garantia de que a população não vai voltar a morar na beira do rio? Para não dar chances às habitações irregulares nas áreas de mais risco, o governador explica que será feito um trabalho intenso e definitivo de preservação destes locais. Ele conta que o Governo do Estado já registrou imagens em sobrevoos e está fechando uma estratégia para monitorar estas áreas com os satélites do Google. Assim, no futuro, quando as áreas forem desocupadas, elas se tornarão Áreas Militares de Preservação do Exército (que é outro parceiro do governo nesta luta).

“O que acontece é que a gente desocupa as áreas, mas as famílias voltam pra lá. Agora mesmo nesta alagação, muitas das pessoas que estão desabrigadas, no Parque de Exposições, já são novas. Quando tiramos as antigas pessoas para levá-las aos novos conjuntos, elas vieram e se apossaram do lugar ou compraram. Para evitar isso, desta vez, assim que fizermos a retiradas das pessoas nestes locais, passaremos o trator neles e transformá-los em matas ciliares e outras denominações até militares. E ninguém mais vai poder voltar. Quem tentar, os satélites vão acusá-los. Isso vai fazer com que só tenhamos alagações em maiores proporções de 10 em 10 anos”.

Mas será que o Cidade do Povo vai atrair tanta gente. O governador aposta que sim. E, mais do que isso, ele acredita que o projeto será uma grande alavanca para a economia do Estado nos próximos 2 anos. Como prova disso, ele deu alguns dados de insumos das obras do Cidade do Povo (que, ao todo, prevê 10.518 mora-dias para abrigar mais de 50 mil pessoas): serão 5 milhões de tijolos, 12 milhões de blocos de concreto, 5 milhões de britas (150 mil m³, parte desta brita será importada de RO), mais de 105 mil portas e janelas, geração de mais de 20 mil postos de trabalhos diretos e indiretos (inclusive, Tião diz que 6 mil deles serão já neste próximo ‘verão’), dos quais 1.123 serão de pedreiros, 26 escolas, hospitais e parques e áreas de lazer públicas.

É cidade do ‘Povo’, e não de ‘Deus’
Perguntado sobre a chance que críticos apontam de o ‘Cidade do Povo’ se transformar em uma Cidade de Deus, Tião foi enfático ao afirmar que não acredita nesta hipótese. “O conceito do projeto é muito atraente. Ele é feito para todas as classes, sem segregação. O maior risco, a meu ver, é de haver uma corrida por estas moradias e a classe média acabar tirando dos mais necessitados a oportunidade de ter a casa própria. Por isso que já deixamos um quantitativo exclusivo para a população de baixa renda”, rechaçou Tião.   

Casas para o campo
Outra prova da aposta da presidenta Dilma na política de habitação pode ser vista pelos acreanos da área rural. Segundo Tião Viana, a União e o governo estadual vão construir, através do Plano Nacional de Habitação Rural (PNHR), mais de 5 mil casas pela zona rural da Capital e, sobretudo, do interior do Acre. O governador disse que as primeiras 5 destas moradias já foram construídas em Sena. “E são casas muito boas, de ótima qualidade”.

Pelo programa do Governo Federal, cada unidade habitacional custa em média R$ 30 mil, mas o produtor/camponês beneficiado só precisa pagar por R$ 1.200,00 delas. E ele ainda pode parcelar este valor para pagar em 4 anos, com cada parcela afixada em R$ 300,00. Das casas, 167 serão destinadas para indígenas. “Este é um programa grande e que será muito positivo para o povo acreano”, avaliou Tião Viana.

Milhões para o interior
Ainda ontem, em visita ao interior, Tião anunciou também montantes de recursos na ordem de R$ 103 milhões para investimentos em Sena Madureira e de R$ 58 milhões para Manoel Urbano. As verbas serão utilizadas nas áreas de Saúde, Educação, pequenos negócios, industrialização e saneamento e pavimentação, que mexerão com a infra estrutura de ambos os municípios. O governador disse que eles são frutos de um esforço hercúleo do governo junto ao Banco Mundial, o BNDES, o Banco Interamericano, e o OGU.
Para ressaltar a importância destes investimentos, Tião lembrou os primeiros desafios do governo de seu irmão, Jorge Viana, em 1999. “Para se ter ideia, o maior desafio do Jorge quando assumiu era o Parque da Maternidade, que custou na faixa dos R$ 56 milhões. Agora, nós anun-ciamos recursos destas proporções para alavancar os municípios do Estado”, contou o governador.

As estradas e a integração
Um assunto polêmico nesta semana foi a da estrutura das estradas acreanas. Sobre isso, o governador rebateu as críticas reconhecendo que os problemas existem, sim, mas que é preciso encará-los de frente e tratar das suas soluções. “Não podemos fazer como sugeriu o senador Sergio Petecão, pro exemplo, que pediu a suspensão dos recursos. Isso não pode acontecer. A gente resolve as coisas é investindo. E não parando de investir”, asseverou.

Mas ele não deixou de dar uma boa notícia para o Acre. Tião diz que recebeu a notícia da própria Presidência da República de que, na metade do ano, o Estado deve ser a primeira passagem de cerca de 1.500 ônibus de estudantes (ou seja, mais de 70 mil deles) do exterior que passarão por aqui, pela Estrada do Pacífico (BR 317)  para chegar ao Rio de Janeiro, sede da edição 2013 da Jornada da Juventude ‘católica’. A maioria deve ser de estudantes da Venezuela e do Peru.

“Ou seja, é uma prova de que o sonho da integração está sendo realizado”, completou Tião.

Ruas do Povo
Sobre o primeiro dos seus grandes projetos de governo caracteristicamente populacionais, o ‘Ruas do Povo’, Tião Viana adiantou que neste ano serão concluídas todas as ruas a serem asfaltadas em 9 municípios acreanos. Em Rio Branco, o governador anunciou que até o final deste ano também serão pavimentadas mais 700 ruas, dentro do cronograma governamental.

Já sobre o outro programa neste sentido, o ‘Ramais do Povo’, o otimista Tião Viana comenta que, após este período de chuvas, as obras do projeto devem entrar com tudo nos ramais do Estado. O primeiro foco, segundo o governador, será para a instalação dos sistemas de saneamento e de drenagens e escoamento das pistas dos ramais, seguido pela reestruturação de pontes e plataformas. Só depois é que vai entrar a parte de pavimentação, propriamente dita.

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