O deputado Luís Couto (PTB-PB) disse em sua passagem pelo Acre na última quinta- feira, 28, que a Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Acre para apurar casos de pedofília pela Aleac fracassou em seus propósitos. Segundo ele, houve ‘manobras’ para que pessoas não fossem convocadas a depor.
“Houve uma operação de abafa. De não levarem as pessoas que foram denunciadas a serem investigadas com maior profundidade. A não aprovação de requerimentos para que ela pudesse ser ouvida. A retirada de nomes de relatórios, a CPI fracassou em sua finalidade”.
O deputado também disse que cabe ao Ministério Público investigar e o judiciário levar a frente as investigações. “O relatório está aí, mas infelizmente as pessoas dizem que a CPI virou pizza. O passo seguinte é o Ministério Público pegar aquele relatório e aprofundar as investigações para que o Judiciário possa punir”.
Ainda de acordo com o deputado paraibano, a principal causa, de diversos crimes tanto de pedofilia, quanto de exploração sexual de adolescentes além de outros crimes como o tráfico de pesssoas para o trabalho escravo, é a impunidade.
“A impunidade é a grande arma que todos aqueles que são envolvidos utilizam. Dizem: ah, eu tenho costas largas, eu não vou ser punido. Tem que investigar e punir seja quem for. Seja até o rei”, pontuou Luís Couto.
Segundo Couto a preocupação da CPI da Câmara Federal não é apenas revelar um quadro, porém apresentar soluções para a problemática, como mudanças na legislação penal brasileira, principalmente no tocante a tráfico internacional de pessoas. “A legislação brasileira só pune se for para a exploração sexual ou trabalho escravo”.
O tráfico de pessoas é o terceiro setor mundial, de crimes, que movimenta mais recursos financeiros, conforme informou o vice-presidente da CPI da Câmara que investiga essa prática. Os dados dão conta de 30 milhões de dólares.