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Plantas ornamentais acreanas: um recurso que precisa ser valorizado

A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
16/04/2013 - 03:27
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Estimativas não oficiais sugerem que o mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais movimentou cerca de R$ 5 bilhões e empregava perto de 200 mil pessoas ao final de 2012. O comércio de plantas ornamentais – sem contar flores de corte e arranjos – movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano e as perspectivas de seu incremento são positivas porque o paisagismo é cada dia mais valorizado no mercado imobiliário e há um interesse crescente das pessoas em ter um maior contato com a natureza.

Assim como no setor de plantas alimentícias, em que a maioria das espécies cultivadas no país é exótica, no setor de flores e plantas ornamentais o Brasil também é extremamente dependente da importação do germoplasma das espécies mais apreciadas pelos consumidores, com destaque para os antúrios, bambus, crisântemos, rosas e violetas. Além de cara, muitas vezes a importação traz um ônus adicional: a importação de pragas e doenças inexistentes no país. Por essas razões, investir em pesquisas com plantas nativas para uso ornamental e paisagístico é vantajoso porque a maioria delas não necessita de aclimatação, não introduz problemas fitossanitários exóticos e os gastos para realizar expedições de coleta de material para propagar as mesmas não são muito elevados. Além disso, a diversidade de espécies e os locais para buscar essas plantas no país são conhecidos: existem dezenas de aráceas, bromélias, filodendros, helicônias, orquídeas e palmeiras de beleza impar na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica.

Da flora acreana, que compreende aproximadamente 4 mil espécies de plantas com flores, existem cerca de 370 gêneros em 27 famílias botânicas que apresentam algum potencial de uso ornamental. Entre estas, as plantas herbáceas das famílias Heliconiaceae, Maranthaceae e Costaceae, integrantes da ordem Zingiberales, se destacam pela beleza de suas inflorescências coloridas. No Acre, mais de 100 espé-cies da ordem Zingiberales possuem grande potencial ornamental. Algumas já são amplamente cultivadas e comercializadas mundo a fora, como são os casos das heliconias (Heliconia spp.) e muitas espécies de Costus e Di-merocostus. A espécie Heliconia acuminata comum por todo o Acre, é atualmente cultivada em larga escala por viveiristas de todo o Brasil. Entretanto, existe uma lista grande de espécies nativas de grande beleza que ainda são pouco conhecidas e exploradas comercialmente, algumas delas endêmicas do Acre, como são os casos da Costus acrea-nus (Costaceae) e da bromélia Bilbergia acreana.

No Acre já foram identificadas 113 espécies de Zingiberales nativas que ocorrem naturalmente em florestas primárias de várzea e de terra firme, em florestas secundárias (capoeiras), e até em clareiras no interior das florestas. Estudos indicam que a ocorrência dessas espécies é influenciada pelo tipo de solo, topografia, disponibilidade de água e nutrientes, clima e alterações das florestas em razão de derrubadas, queimadas, avanço urbano e exploração madeireira. Uma das consequências da alteração das florestas é a fragmentação das mesmas. Nestes fragmentos menores as populações de plantas ficam isoladas e, em alguns casos, algumas espécies não conseguem mais se reproduzir normalmente e desaparecem do local em poucos anos.

No entorno de Rio Branco existem várias reservas florestais formadas por fragmentos florestais que abrigam uma diversidade importante de plantas nativas: Parque Zoobotânico, Reserva Florestal Humaitá e Fazenda Experimental Catuaba, pertencentes à Ufac, Reserva Florestal da Embrapa, e Áreas de Proteção Ambiental Raimundo Irineu Serra, Lago do Amapá e Igarapé São Francisco. Embora protegidos pelas instituições que as administram, o controle da retirada ilegal de recursos da fauna e flora nativos destas Reservas é, na prática, quase impossível. Portanto, conhecer a riqueza florística de espécies ornamentais existentes nestes fragmentos é importante não apenas porque algumas espécies locais poderão desaparecer naturalmente em poucos anos, mas também porque sua proximidade com a cidade de Rio Branco é um atrativo para a coleta ilegal e desenfreada das plantas ornamentais.

Um bom exemplo de situações como essa é o que aconteceu com as populações de helicônias que existiam ao longo da rodovia BR-364 entre Rio Branco e Sena Madureira. Segundo denunciou o engenheiro agrônomo e paisagista Enio Machado, proprietário de um Garden Center em Rio Branco, as milhares de helicô-nias que existiam nas margens dessa rodovia praticamente sumiram em razão da retirada ilegal e predatória. Na ânsia do lucro fácil e rápido, os coletores simplesmente paravam caminhões na margem da estrada e saiam lotados com touceiras de várias espécies de helicônias sem o menor cuidado de deixar na área parte dos rizomas para a continuidade da espécie.

Mais recentemente, um estudo realizado nos fragmentos florestais do Parque Zoobotânico, da APA Irineu Serra e da Fazenda Experimental Catuaba revelou que as plantas ornamentais da ordem Zingiberales estão praticamente ausentes da APA Irineu Serra. Os autores do estudo creditam essa situação ao fato da floresta secundária existente no local estar muito alterada, com baixo teor de umidade no ar e no solo, o que não favorece o desenvolvimento das Zingiberales, que são, em sua maioria, plantas que necessitam de baixa intensidade luminosa e alta umidade para se desenvolver. Entretanto, a coleta ilegal de plantas também pode estar contribuindo para essa situação.

Nesse contexto, conservar os recursos genéticos das plantas ornamentais acreanas não parece ser uma tarefa fácil. Por isso, investir em estudos para propagar de forma rápida e barata as espécies nativas mais buscadas pelo mercado local deve ser uma das ações prioritárias. Felizmente o Acre já dispõe de pessoal e infra-estrutura para levar adiante projetos desse tipo. A Fundação de Tecnologia do Acre já desenvolve um projeto para a micropropagação em laboratório de bromélias e orquídeas nativas visando a difusão de cultivares para jardins e praças, e a produção em larga escala para fins comerciais. A Embrapa-Acre também dispõe de instalações laboratoriais adequadas para desenvolver pesquisas na mesma linha.

Entretanto, pesquisar por pesquisar não vale a pena. No ramo de produção de flores e plantas ornamentais vale a máxima de que “fica rico quem vende água no deserto”. Ou seja, não adianta produzir uma planta que ninguém procura ou outra da qual há muita oferta. E embora a necessidade do mercado determine a escolha das espécies produzidas, incentivar o cultivo de espécies nativas pode ser decisivo para inseri-las no mercado. É o que deveria fazer a prefeitura de Rio Branco, a maior usuária de flores e plantas ornamentais de nossa cidade.

Alguns anos atrás o programa ‘Economia Solidária’, coordenado pela Prefeitura de Rio Branco, apoiou a formação de um grupo de mulheres empreendedoras para a produção de flores e plantas ornamentais típicas da Amazônia. Hoje existem na cidade dois grupos que agregam produtores comunitários de flores e plantas ornamentais, e em breve um deles passará a fornecer plantas para o setor de parques e jardins da Prefeitura. Embora as plantas nativas façam parte da lista de espécies produzidas por esses grupos, por força do mercado consumidor local a maioria das plantas produzidas ainda é de espécies exóticas.

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Portanto, para incentivar a produção e a divulgação das espécies nativas acreanas é fundamental que a Prefeitura priorize a aquisição das mesmas. Se decidir por isso, ela deixaria, de uma vez por todas, de cultivar espécies exóticas em parques, praças, canteiros e rotatórias de nossa cidade. O que, convenhamos, é um contra-senso se considerarmos que vivemos no meio da floresta amazônica, afamada pela riqueza e beleza de suas plantas. Fazer de nossa cidade um mostruário dessa riqueza seria motivo de orgulho para todos e faria de Rio Branco um exemplo para as demais cidades amazônicas.

* Evandro Ferreira é engenheiro agrônomo e pesquisador do INPA/Parque Zoobotânico da Ufac.
** Izailene Saar é bióloga do herbário do Parque Zoobotânico da Ufac.

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