Com o objetivo de ampliar a disponibilidade de leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e implementar melhorias no Centro Cirúrgico (CC), com novas instalações que garantem qualidade e segurança aos pacientes e funcionários que utilizam os dois setores, o Governo do Estado realizou, na manhã de ontem, a inauguração de oito novos leitos na UTI e do CC no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Foram investidos mais de R$ 3 milhões na obra.
Com a reforma, readequação e compra de equipamentos, o espaço dobrará a capacidade. Serão 17 leitos credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O centro cirúrgico irá contra com quatro salas de cirurgias e uma para recuperação pós-anestesia, além de posto de enfermagem, centro de esterelização, sala para pequenos procedimentos e outros.
O governador Tião Viana destacou a importância da obra e comparou o atendimento da área de saúde do Acre aos demais Estados. “Essa é a oportunidade da medicina funcionar plenamente, com todas as suas condições de atendimento à população. Diziam que o Pronto-Socorro era um matadouro, hoje isso mudou e é um hospital de referência. Isso é muito importante, 23 médicos estão disponíveis aqui todos os dias, durante 24 horas para atender as pessoas. Há momentos que o atendimento demora, por conta das cirurgias. Aqui no Acre a espera por atendimento não passa de 2 horas. Em São Paulo, são 6 horas no mínimo. Lutamos para melhorar, mas muitas pessoas não entedem. Esse Estado tinha um gasto com saúde de menos de R$ 20 milhões por ano quando assumimos há 16 anos. Hoje fechamos o ano no mínimo com R$ 600 milhões. Há muita responsabilidade envolvida nisso. Vejo o esforço das equipes”.
Para manter as unidades, o custo é muito alto, ressaltou o governador. “A primeira UTI do Acre surgiu em 1998 no Hospital Santa Juliana. Depois veio a da Fundação Hospitalar. Um leito de UTI para funcionar, precisa do investimento de R$ 200 mil. Para ser mantido, com custos materiais e profissionais, são R$ 2.500 por dia. Teremos um custo nessa unidade de mais de R$ 16 milhões por ano. No centro cirúrgico, o investimento de implantação por sala é R$ 500 mil e a manutenção é elevada, dependendo da complexidade de cada cirurgia. Esse é o desafio do cotidiano, estamos investindo mais de R$ 46 milhões no Into, com o apoio do Ministério da Saúde e da presidente Dilma, mais de R$ 50 milhões no Hospital Regional de Brasiléia e complementando pequenas reformas nas maternidades”.
Com a criação dos novos leitos, o Acre estará acima da média e será referência, frisou a Secretária Estadual de Saúde Suely Melo. “Esse é o momento de grande felicidade, temos sofrido muito com a necessidade de UTI que cresce a cada dia mais. É bom deixar claro que nós temos uma capacidade, com esses novos leitos, acima de 10%. O Ministério da Saúde preconiza que com o número total de leitos, pelo menos 4 à 10% devem ser de UTI. Isso demonstra o respeito e a responsabilidade social que o governo tem com população. Temos agora cinco salas de cirurgia, quatro de grandes procedimentos e uma de pequenos. Cada sala, para ser montada e estruturada com carrinhos de anestesia, respirador e outros equipamentos, foram gastos R$ 500 mil. Essa unidade hospitalar é referência para todo o Estado, para países e municípios vizinhos. É por isso que estamos oferecendo mais serviços de qualidade”.
Marcus Alexandre, prefeito de Rio Branco, disse que os esforços para fazer melhor atendimento da população são realizados constantemente. “A realidade mudou para melhor. Os investimentos feitos na saúde são reconhecidos. Quem busca a saúde, tem pressa. Novos desafios serão enfrentados, mas a situação da saúde no Estado é outra desde que a Frente Popualar assumiu. Desde quando senador, o Tião Viana colocou a saúde em primeiro lugar”.
Mais 10 leitos de UTI estão sendo construídos no Huerb. “Vivemos o sofrimento das pessoas e aprendemos o valor de um espaço como este. É um investimento em que o valor financeiro não se compara com o do resultado. As pessoas devem valorizar mais a vida. Recebemos quase 10 mil pessoas por mês aqui. Reconheço que muito falta ainda pela saúde, mas esforços são feitos. Daqui a pouco, o prédio ao lado será entregue com mais de 100 leitos e mais 10 de UTI. Essa é uma conquista gigante para o Estado”, explicou Eliádia Prudêncio, diretora do hospital.
Márcia Vasconcelos, diretora da UTI do Huerb, enfatizou que toda a equipe da unidade é capacitada e treinada para atender os usuários. “A equipe da UTI do Pronto-Socorro é altamente envolvida com os pacientes. Sempre discutimos sobre as dificuldades para dar o nosso melhor, que é o diferencial no tratamento dos doentes. Tenho experiências em outras UTIs e nós temos o melhor acolhimento de pacientes. Estive na UTI da Santa Casa de São Paulo e o ambiente de lá é totalmente diferente daqui. Muitas vezes as pessoas interpretam mal o médico e a equipe, mas brigamos por eles”.
Na ocasião, foram entregues seis viaturas de Intervenção Rápida do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), totalizando 34 ambulâncias no Estado. As viaturas fazem parte de uma nova proposta do Ministério da Saúde, que é disponibilizar para os vazios assistenciais e para os lugares de difícil acesso ambulâncias traçadas. Serão distribuidas no Juruá, Alto e Baixo Acre, para fazer a cobertura desses locais. De acordo com Lúcia Carlos, coordenadora do Samu, as ambulâncias facilitarão no atendimento. “Em 31 de agosto de 2004, ainda no governo de Jorge Viana, foi entregue a UTI do Huerb e junto o então senador Tião Viana, diante muito esforço, conseguiu 13 viaturas de suporte básico. Em 2011, recebemos cinco viaturas para contemplar os municípios e conseguimos uma cobertura de 100% no Estado. O maior número de ocorrências são de naturezas clínicas e obstetricas, são aqueles pacientes que passam mal no final de semana e nós vamos buscar para trazê-los ao hospital. Não adiantaria nada ter o Samu na rua se não houvesse a retaguarda da UTI para receber esse paciente. Detectamos áreas de difícil acesso, onde os pacientes necessitavam e as ambulâncias não conseguiam chegar. Pedimos carros traçados e isso é um ganho muito grande”.
Por telefone, o Ministro da Saúde Alexandre Padilha falou que o grande esforço do Ministério da Saúde hoje é a redução das filas nos hospitais e com essas melhorias, o Acre se tornará referência em saúde na região. “Estou muito feliz com esse serviço sendo aberto à população do Acre. Gostaria de muito estar aí, mas temos reuniões em Brasília para elaborar um projeto que ajuda a levar mais médicos para as regiões que mais precisam, sobretudo no interior do país. É uma alegria ver que o Samu está chegando e expandindo cada vez mais, com mais capacidade para atender a população e um centro cirúrgico dessa qualidade, podendo reduzir as filas de cirurgias e o tempo de espera da população. Criamos um incentivo financeiro para os Estados e municípios só para isso e o Acre tem sido um exemplo na utilização desse recurso, fazendo um grande mutirão, ampliando cirurgias de transplantes, reduzindo a espera. É mais um passo que está sendo dado, para fazer com que o Acre seja o melhor para se viver na região amazônica”.
