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Família pede esclarecimentos a hospital por morte de paciente

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 Familiares e amigos do pedreiro José Maria Alves Pereira, 49 anos, estiveram em frente ao Hospital Santa Juliana manifestando. José deu entrada no hospital, após um acidente em casa, no dia 19 de janeiro deste ano. Em 09 de março, faleceu. A família alega que, por ser paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), não foi dado atenção ao caso do pedreiro.

 A estudante Salina Pereira, filha de José, afirmou que ao ser encaminhado ao hospital, o paciente precisava ser consultado por um médico ortopedistas. “O meu pai entrou no hospital com um corte no tendão do polegar, avisamos que ele já havia feito um transplante de rins e que ele era hipertenso e diabético. Ele foi internado e acompanhado pela parte clínica do transplante, mas ele precisava realmente de uma avaliação ortopédica”.

 Salina disse que só atenderam o paciente quando ele estava em estado crítico. “Ele passou 14 dias precisando de atendimento. A mão necrosou, ele sentia dores 24 horas. Nesse período fiz uma denúncia ao Ministério Público, mas quando vieram dar conta da situação do meu pai, já era tarde. Ele já estava muito debilitado, nem comia mais. Chegaram a amputar o braço dele. Fizeram cinco cirurgias em um mês e treze dias”.

 A família deseja que os fatos sejam investigados e esclarecidos. “Procuramos assistentes sociais e direção do hospital, mas nada foi feito. Se ele tivesse tido assistência desde o dia que chegou, talvez hoje ele estivesse vivo. Queremos que o Ministério Público investigue o caso. Espero que a justiça faça valer as vidas que estão dentro do hospital. Eu sei que isso não vai trazer meu pai de volta, mas há outras famílias passando pela mesma situação. Essa manifestação começou pelo o que aconteceu com meu pai. Não aceitamos mais negligência, a justiça pode ser cega, mas a injustiça nós conseguimos ver”, disse a filha.

 Maria Lidiane Pimentel, nora do paciente, o acompanhou durante os dias que esteve no hospital. Ela enfatizou que, para João ser atendido, foi preciso chamar a atenção da direção do hospital. “Muitas famílias não tem coragem de denunciar. Pedimos somente direito à vida. Infelizmente meu sogro faleceu, mas isso não pode acontecer com mais ninguém. Só atenderam ele quando fizemos um escândalo, mas foi tarde demais. Ele estava bem e de repente morreu. Um simples corte na mão fez esse estrago”.

 Jairo Coelho, assessor de comunicação do Santa Juliana, recebeu a família do paciente e que todas as providências foram tomadas. “O hospital já se responsabilizou em passar toda a documentação do paciente para o diretor clínico, que irá fazer uma avaliação e a partir disso iremos dar uma resposta aos familiares. Todos os pacientes aqui são tratados de forma igual, sendo particular ou do SUS. A transferência dele não por causa de um ortopedista e sim para tratar de um problema clínico. O hospital não sonegou nenhuma informação, tanto que já foi dada uma resposta ao Ministério Público”.

 

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