Em busca de trabalho e atraídos pela crença de que a cidade atravessa um bom momento econômico, devido, sobretudo, às transformações e a preparação para a Copa do Mundo, a procura dos haitianos pela capital mato-grossense tem aumentado significativamente.
O Haiti, em 2010, foi quase todo devastado por um terremoto que matou, aproximadamente, 600 mil pessoas. O Brasil tem dado apoio ao país, inclusive enviando tropas do Exército e mantimentos.
Desde o início do ano até o presente momento, dos 90 estrangeiros atendidos pela Pastoral do Migrante de Cuiabá, 66 eram do Haiti. A quantia já é 40% superior ao número de haitianos recebidos pela entidade em todo o ano passado.
Em 2012, passaram pela Pastoral, ao todo, 47 haitianos. Atualmente, das 38 pessoas que residem no local, 34 são do país. O local tem capacidade para 51.
A migração cada vez mais intensa dos haitianos para Cuiabá tem preocupado Eliana Aparecida Vitaliano, que há 10 anos coordena a pastoral. ”A cidade, a exemplo de tantas outras do Brasil, não possui uma política de integração social para receber os haitianos”, observa.
Em linhas gerais, os haitianos – alguns com formação de nível superior – que aportam em Cuiabá são aproveitados na área da construção civil e limpeza. Como no caso de Manel Vital, 31 anos. Natural de Porto Príncipe, a capital do Haiti que se encontra totalmente em ruínas, o contador e analista de sistemas conseguiu um emprego de gari.
Parte de seu salário de R$ 719,00 é reservado à família.