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Invasores realizam manifestação em frente a Casa Rosada

 Moradores da invasão Novo Cruzeiro, localizada no quilômetro 1 da estrada de Porto Acre, realizaram na manhã de ontem um manifesto em frente a Casa Rosada. Com cartazes nas mãos e gritos, eles solicitavam a presença de uma equipe do governo para pedir uma solução. A área foi ocupada desde o ano passado. A justiça expediu um mandado de reintegração de posse e os invasores têm 15 dias para deixar o local.

 Mais de 150 famílias moram na invasão. De acordo com Jocivan Santos, líder dos manifestantes, se algo não for feito, eles continuarão realizando as manifestações. “A ideia é dialogar com o governo. Vamos montar uma comissão para conversarmos com os representantes. Dependendo dos encaminhamentos, iremos voltar a manifestar aqui novamente. Moramos naquele local há mais de um ano e muitos de moravam de aluguel em outros locais ou do interior. Tem gente que havia sido despejado. Ninguém tem casa própria”.

 A desempregada Maria Alaice da Silva mora na invasão há oito meses. Ela alega que a mãe é doente e que não há outro local para morar. “Queremos voltar para as nossas casas, o governo não vai nos dar moradia. Queremos um pedaço de terra e uma casa digna. Tenho que ter um lugar para morar, minha mãe é muito velha e vive comigo”.

 Tainan Félix afirmou que os moradores foram intimidados. “Não tenho condições de estar pagando aluguel todos os meses. Tenho dois filhos pequenos para criar. Estamos esperando uma resposta positiva, não tenho para onde ir. Nos ameaçaram, falaram que se não sairmos, vão derrubar nossas casas com tudo dentro”.

 Com o esposo desempregado, Marizete dos Santos não terá um local para morar com os três filhos. A dona de casa demonstrou revolta e comparou a situação dos moradores com a dos haitianos. “Vão nos jogar na rua, mas estão gastando milhões com os haitianos. Nós, que somos brasileiros, não temos direito à uma casa digna para morar. Como vamos ficar? Não acho justo essa situação que estão impondo, estão ajudando que está de fora e nós estamos desse jeito, auxiliando os estrangeiros e deixando de lado os brasileiros. Quando é época de política, eles sabem ir lá pedir voto. Quando passa, não querem nem saber da gente”.

 Alvina Assis da Cruz afirmou que se inscreveu no programa habitacional há anos, mas nunca foi contemplada. “Trabalho de doméstica e ganho um salário por mês. Não estou nem indo trabalhar, com medo de deixar meus filhos em casa e a polícia chegar derrubando tudo. Ainda nem terminei de pagar a madeira que construí o meu barraco. Não posso voltar a pagar aluguel, a situação é difícil. O que eu ganho dá mal para comprar os alimentos. Já me inscrevi nas casas do governo há 9 anos e até agora nada”.

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Jocivan Santos, líder dos manifestantes

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