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População participa da 2ª Marcha contra o Crack e outras Drogas

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 Centenas de pessoas participaram, na manhã de ontem, da 2ª Marcha contra o Crack e outras Drogas. O dia 16 de abril foi intitulado o Dia Nacional de Consciência contra o Crack e outras Drogas no Acre. O evento, idealizado pela deputada federal Antônia Lúcia Câmara, recebeu políticos, autoridades, ex-dependentes químicos e membros de igrejas.

 De acordo com a deputada, a população precisa conhecer o grande mal que o crack pode trazer. “Estamos oferecendo à população uma oportunidade de se tornar mais consciente, sobretudo a mais carente, sobre a questão das drogas. Hoje até mesmo as crianças são aliciadas para esse mundo das drogas. Juntos conseguiremos vencer essa mazela. Precisamos zelar pelas nossas famílias, evitando as drogas, isso traz muita infelicidade”.

 O defensor público Waldir Perazzo, parceiro do evento, destacou que grande parte das pessoas que praticam os crimes de roubo e furto são usuárias de drogas. “Nesses 15 anos como defensor, constato diariamente que os crimes, especialmente contra o patrimônio, 90% é provocado pelo uso de entorpecentes. É uma coisa dramática. Uma estrutura necessária está sendo criada no Estado para atender essas pessoas. Somente a prisão não resolve. Precisamos fazer o que está previsto na constituição, que prevê que o Estado, a família e a sociedade deve ter programas de recuperação de drogas para os jovens dependentes químicos. Um projeto foi apresentado, o qual disciplina a internação compulsória e involuntária, prevista em lei desde 2001. É um passo novo para que possamos resolver os problemas de quem está em um Estado decadente e que precisa de ajuda”.

 O crack é uma substância psicoativa de ação estimulante no sistema nervoso central. Antônio Balica, presidente da Associação de Pais e Amigos de Dependentes Químicos (Apadeq), afirmou que a compulsão para usar a droga é avassaladora. “Estamos em um Estado que não é diferente do resto Brasil na questão dos usuários de entorpecente. A única diferença é que somos a porta de entrada. A situação é devastadora, pessoas que se envolvem no uso da “pedra”, em questão de dois meses ela está em uma situação devastadora. O crack afeta mais que outras drogas”.

 Durante a tarde foi inaugurada a Comunidade Terapêutica Lucimar Lucena Ramos, localizada na estrada de Senador Guiomard. O local tem a capacidade de atender 60 pessoas e irá oferecer um tratamento gratuito, afirmou Gabriela Câmara, presidente da comunidade. “Esse evento mostra que a população é contra as drogas e é a favor do bem estar das pessoas. Isso é fundamental, temos uma população carente e grande parte dela precisa dessas ações. A comunidade terapêutica é filantrópica e internará pessoas gratuitamente, sem cobrar nada, ajudando-as. Vamos fazer uma triagem e selecionar quem precisa entrar na comunidade terapêutica”.

 A professora Antônia Maria defende a internação compulsória. Na sua família, o irmão e cunhado são usuários de droga. “Sou a favor da internação compulsória, mas que seja feita com dignidade. Os usuários precisam ser tratados como seres humanos, não como animais. Nossos representantes precisam olhar por essas pessoas, elas são doentes e não marginais. Dentro do presídio, eles não podem ser tratados”.

Waldir Perazzo

 

 

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