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Profissionais de Saúde se capacitam com o primeiro curso de Mastologia no Acre

 Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e estudantes participaram, na manhã de ontem, do primeiro curso em mastologia (doenças da mama) realizado no Estado. Durante o evento, que foi uma parceria entre Governo do Estado, Sociedade Brasileira de Mastologia, Conselho Regional de Medicina (CRM) e Associação de Ginecologia e Obstetrícia, os palestrantes discutiram novas formas de prevenção, diagnósticos e tratamento.

 O câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente na mulher brasileira e consiste no desenvolvimento anormal das células da mama, que se multiplicam repetidamente até formarem um tumor maligno. Mamas são glândulas cuja principal função é a produção do leite, que se forma nos lóbulos e é conduzido até os mamilos por pequenos canais chamados ductos. Quando as células da mama passam a dividir-se de forma desordenada, um tumor maligno pode instalar-se principalmente nos ductos e mais raramente nos lóbulos.

 De acordo com Adriana Marinho, mastologista e coordenadora do curso, as mulheres precisam ter mais consciência sobre o câncer. “O nosso público são todos os profissionais da saúde ligados à área de interesse do câncer de mama. Nosso objetivo é conscientizar para que cheguemos a um diagnóstico precoce e com isso a cura das pacientes. No Acre, temos um índice de 20 casos ao ano de câncer de mama. É algo que precisamos fazer realmente uma conscientização da população sobre a doença. As mulheres chegam muito tarde à nossa assistência médica e nós precisamos buscar essas pacientes para o diagnóstico. É um número alto e precisamos diminuir urgentemente. Ano passado tivemos dois óbitos. Pensamos é baixo, mas para o Acre ainda é um número alto”.

 O tratamento se tornou mais fácil com o Hospital do Câncer na capital, destacou a mastologista. “As pacientes tinham muita dificuldade para deslocar-se a outras capitais. Com a quimioterapia e radioterapia no Estado do Acre, melhorou sensivelmente a qualidade de vida das pacientes”.

 Carlos Alberto Ruiz, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, enfatizou que o diagnóstico precoce é imprescindível. “Estamos representando o Brasil e nossa realidade. São 51 mil novos casos de câncer de mama no país e 11 mil mortes. As pacientes morrem porque o diagnóstico é tardio, chegam com tumores com mais de 3, 4 ou 5 centímetros. O câncer de mama, para atingir 1 centímetro demora em média de 8 a 10 anos. Há muito tempo para fazer esse diagnóstico, mas o medo de achar ou encontrar algo que possa lembrar o câncer, medo da mutilação e da agressão em relação às medicações que são usadas inibem as mulheres”.

 O médico ressaltou que se diagnosticado antes, as chances de cura são maiores. “Enquanto sociedade brasileira, estamos desconstruindo essa ideia para construir uma nova, que significa que há muita vida depois de um câncer de mama. Se for diagnosticado precocemente, há uma mutilação menor, uso menor de quimioterapia e a cura é maior. A cura de tumores de 1 a 2 centímetros chega a quase 100%. Isso tem que ficar claro para as mulheres, não há necessidade de ter medo de fazer mamografia. Quando antes, as chances de cura são maiores”, concluiu Carlos. 

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Adriana Marinho, mastologista e coordenadora do curso

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Carlos Alberto Ruiz, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia

 

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