Ao menos 3 túmulos estão prestes a desabar em cima de duas residências, construídas ao lado do Cemitério São João Batista, no Centro de Cruzeiro do Sul. Os moradores temem que as sepulturas caiam, devido o processo de erosão, e os cadáveres fiquem expostos.
Proprietária de uma das residências, a dona de casa Edileuza de Assis, 30 anos, diz que não tem medo dos mortos, mas afirma que não quer ver os cadáveres caindo em seu quintal. Para ela, não há nenhum problema em morar ao lado de um cemitério.
“Não tenho medo dos mortos, tenho medo dos vivos. Não faz perigo, só é ruim o mau cheiro que exala dos túmulos quando acontecem os sepultamentos e depois o chorume (substância gordurosa expelida pelo tecido adiposo) que escorre dentro do meu quintal. Fora isso é bom morar aqui, porque fica perto do Centro da cidade e os vizinhos são tranquilos”, diz a mulher.
Algumas residências foram construídas tão próximas do cemitério, que os túmulos ficam a menos de dois metros das janelas, como é o caso da residência de Edileuza. “Para quem não tem costume, a visão não é muito agradável”, disse a dona de casa.
Cemitério já existia quando famílias se mudaram – O Cemitério São João Batista existe desde a fundação da cidade, que tem 107 anos. Com o passar do tempo, moradores foram construindo residências ao lado do terreno. Hoje, existem mais de 20 famílias que são ‘vizinhas dos mortos’.
Por causa da localização do cemitério, que fica em cima de um morro, os moradores foram proibidos de construir poços artesianos. Com isso, o abastecimento de água nas residências é feito por meio do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa).
Procurado pelo G1, o coordenador do setor de Limpeza Pública do município de Cruzeiro do Sul, Sérgio Moura, disse que a prefeitura está providenciando a construção de um muro de arrimo, para evitar maiores transtornos aos moradores. (Francisco Rocha, do G1/AC)