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Uso indiscriminado de medicamentos veterinários é debatido na Assembleia

A morte do jovem Jonas da Silva Lopes, 15 anos, por uso indevido de medicamento veterinário, o ADE, trouxe à tona a problemática de se criar uma legislação estadual que venha restringir a comercialização e o uso destes medicamentos indicados para animais. Desse modo, foi realizada na última sexta-feira, 5, uma audiência pública no auditório da Assembleia Legislativa (Aleac), para debater o assunto.

O autor do requerimento da audiência foi o deputado Eduardo Farias (PCdoB), que recentemente apresentou um projeto à Mesa Diretora da Aleac versando sobre o uso indiscriminado desses medicamentos. Farias comentou sobre a promoção deste debate.

“O objetivo aqui é falar com os profissionais da área veterinária, no sentido de encontrarmos soluções e checar a lei que apresentamos, onde é preciso melhorar. Queremos uma lei mais próxima da nossa realidade”, frisou.

O parlamentar demonstrou preocupação a respeito da comercialização destes produtos pecuários. Afirmou que a intenção da lei não é prejudicar o pequeno produtor rural, mas sim procurar encontrar mecanismos reais que assegurem a compra destes produtos de modo mais restritivo, evitando o uso indevido.

“Porém, queremos conti-nuar facilitando o acesso do pequeno produtor rural. Não temos intenção de prejudicar ninguém. Por isso estamos com este debate. Queremos dificultar o acesso para que pessoas más intencionadas não venham fazer novas vítimas”, pontuou.

Já o representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Marcos Aurélio Ribeiro, argumentou que existe uma lei federal que regulamenta a venda dos produtos agropecuários, porém, medicamentos como o Ferrodex e o ADE, utilizados no crescimento de bovinos e equinos, não têm restrição quanto a sua venda. “O Ministério da Agricultura regulamenta a venda de anabolizante para bovinos. Precisa da indicação de um veterinário. Mas quanto aos complexos vitamínicos, como o ADE e o Ferrodex, a comercialização não sofre restrição. É vendido livremente”, salientou.

Ainda de acordo com ele, a solução seria uma campanha de conscientização nas academias, escolas, para alertar sobre os riscos do uso inadequado destes medicamentos.
Ao finalizar a audiência pública, ficou decidido a realização de uma reunião com representantes de academias e proprietários de casas agropecuárias para discutir a questão da fiscalização.

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