A julgar pela inexpressiva manifestação, realizada anteontem em frente ao Palácio Rio Branco, fica claro que a sociedade não está disposta em se deixar contaminar pela política menor ou politicagem neste episódio da Operação G-7, que resultou na prisão de empreiteiros e secretários acusados pela Polícia Federal de fraudar licitações.
Convocada por lideranças de partidos da oposição e segmentos das redes sociais, a manifestação redundou em fracasso e alguns setores da própria oposição avaliam que seria melhor nem ter sido realizada.
Vale sempre lembrar que a manifestação é livre no estado democrático. Contudo, é preciso estar atento também ao sentimento da sociedade que não se deixa levar pelo cabresto como uma manada.
Que a sociedade quer e exige que os fatos sejam devidamente esclarecidos e, sobretudo, julgados com o rigor da lei não se discute. Porém, é preciso que esses mesmos fatos sejam devidamente amparados pela legislação, em inquéritos elaborados com provas robustas e não se limitem apenas em escutas telefônicas esparsas, como se tem visto até agora nos meios de comunicação.
Além do que, como se vem insistindo, a sociedade não quer ser prejudicada na concessão dos serviços essenciais e projetos em execução ou em elaboração que o Estado tem que prover. O povo é sábio e não se deixar enganar ou contaminar por disputas meramente políticas.