Hoje não falarei de política, nem de jornalismo, nem farei comentários. Falarei de perdão e compreensão. Acredito que esses temas, que já abordei aqui, devem ser levados em consideração mais uma vez, pois que perdoa tem o poder de compreender. Sempre que penso na palavra “perdão”, lembro-me de Francisco de Assis. Lembro-me de seus ensinamentos. Uns me perguntam: mas você não é evangélico? Sim, sou. Mas nem por isso deixo de observar os bons exemplos.
O apóstolo Paulo em um de suas cartas ele citou que sejamos seus imitadores como ele era de Cristo. Ora se Paulo falou isso, ele estava dizendo para se sujeitarmos a vontade do Pai. Então, Francisco de Assis era um imitador de Cristo. Quem me dera fosse como Francisco, amaria mais, perdoaria mais. Mas sei que no fundo, Francisco tinha tristezas. Acredito que ele era incom-preendido. Ele diz em sua oração: “Ó Mestre fazei com que eu procure mais consolar que ser consolado, com-preender que ser compreendido, amar que ser amado”. Ele buscou uma entrega total ao outro. Essa entrega que garante um estado de paz e harmonia. Uma paz interior que para muitos é incom-preendida.
Ao escrever isso, lembro-me que Jesus também chorou. Jesus chorou no Getse-mani quando se sentiu sozinho. Jesus chorou ao ver Lázaro morto. Jesus se compadecia com a dor do outro, muito embora, às vezes esse outro não nos dar o valor que merecemos o que achamos que merecemos. Perdoar é preciso. Às vezes precisamos desabafar e ao fazermos isso vem a incompreensão.
Seguir os ensinamentos de Cristo não é tarefa fácil. É preciso deixar as discussões de lado. Tive outro questionamento esses dias. Indagaram-me se eu não tinha raiva de algumas pessoas. Eu respondi que não guardo mágoas, nem tristezas. Não tenho tempo para deixá-las machucar meu coração. Procuro de imediato resolver as questões para que elas não se aprofundem e não me causem tanta dor.
Quem se limita ao rancor não pode amar outro ser. Não pode ser feliz e mesmo que lave suas vestes na mais pura água, sempre estará manchada. Nas relações com amigos, colegas, namoradas e familiares devemos cultivar sempre a união. Jesus disse: “quem não ajunta, espalha”.
Não devemos suportar pessoas arrogantes. Pessoas prepotentes que fazem de suas vidas uma escada, porém, não sobe pelos degraus. Outro mal que não podemos admitir é a ingratidão. Pessoas ingratas são a prova que não sabem perdoar e muito menos amar.
JOSÉ PINHEIRO, jornalista da equipe de A GAZETA
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