A partir deste mês, os postos de combustíveis passam a vender gasolina com 25% de etanol. Antes, este teor era de 20%. A medida faz parte de um pacote de ações lançado pelo governo para incentivar a produção de etanol no país e reduzir o impacto do aumento do preço da gasolina, registrado em janeiro deste ano.
A medida divide a opinião dos consumidores. O aposentado Clovis Mesquita desconfia que os problemas no funcionamento do seu carro são decorrentes dessa mistura. “Até o cheiro da gasolina está diferente. Vão colocar mais álcool? Com certeza isso vai danificar a válvula. Os carros que abastecem em Rio Branco já estão batendo ‘pino’ (ruído que se ouve com carro em movimento). E ainda tem o fato de a gasolina ir mais rápido assim. Mas, como preciso de uma condução, o jeito é me sujeitar a isso”, lamenta Clovis Mesquita.
Já o policial militar Ernani Matos diz que confia na medida adotada. “Acredito que o percentual do etanol na gasolina, seja ele maior ou menor, está dentro dos parâmetros permitidos. O motor é planejado para lidar com essas alterações”, garante.
O professor de mecânica do Senai, Lucas Braga, explica que com, esta modificação na gasolina, o motor vai poder ter mais potência. Porém, com o aumento do etanol, o combustível será consumido mais rápido. Além disso, o álcool protege um pouco mais o veículo.
“Não prejudica, pois os carros podem andar tanto com álcool, quanto com gasolina. Só tem que tomar cuidado na hora de reabastecer, pois se o veículo está rodando apenas com gasolina e for feita a troca por esta nova substância, é preciso que circule pelo menos 5 km, para que o motor reconheça o combustível”, recomenda.
O professor garante que até mesmo os carros mais antigos não correm o risco de sofrer danos devido ao aumento do teor de etanol na gasolina.
Ele faz um alerta para o mau uso da gasolina. “Infelizmente, a maioria dos nossos combustíveis é adulterada e isso implica em sérios problemas no funcionamento do carro. Por isso, às vezes o veículo falha. Perde potência na ladeira”, explica.
De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), esta mistura não deprecia o motor dos carros e nem reduz o seu desempenho.
A ação é vista pelo Ministério de Minas e Energia como benéfica para os consumidores e produtores. Estima-se que a produção de etanol anidro (destinado à mistura com a gasolina), no Centro-Sul do país tenha um crescimento de 28,29% na safra 2013/2014 em relação ao período ante-rior, por causa do aumento do percentual na gasolina.