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Dependentes químicos poderão ser atendidos 24 horas por dia no CAPS

 Com o objetivo de oferecer atendimento diversificado e especializado aos dependentes químicos, foi inaugurado, na manhã de ontem, o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas – CAPSad III, localizado no Conjunto Manoel Julião. A unidade tem a capacidade de atender 60 pessoas por turno. Atendimentos médico, em enfermagem, psicológico, social, terapêutico, farmacêutico e em educação serão realizados no local.

 De acordo com Ana Cristina Messias, coordenadora estadual de saúde mental, a partir de agora até 10 pessoas podem ser atendidas no período noturno. “Essa inauguração significa que o centro vai funcionar 24 horas por dia. As pessoas que já estão em atendimento durante o dia e se por algum motivo, seja por segurança, especial, familiar ou clínico, não tiver condições de retornar para casa, ela pode ficar em atendimento noturno e pode permanecer até 15 dias. Após o período, se for necessário, ela será inserido na rede de atendimento que temos no Estado”.

 A secretária estadual de Saúde Suely Melo destacou que, com o tratamento, esses dependentes poderão se reinserir na sociedade. “Esse é um centro de referência que dá apoio integrado às famílias e aos pacientes, com o objetivo de reitengrar essas pessoas na sociedade. Trabalhamos com todas as condições terapêuticas para reconduzir essa pessoa ao convívio. É um trabalho que está proposto dentro do Plano Crack, estamos traçando toda uma linha de cuidado às pessoas com problema de dependência”.

 Tião Viana enfatizou que as ações sobre esse tema não irão parar. “O melhor de tudo é a capacidade do centro. Vai atender muitas pessoas, em uma situação que não é de internação, mas de acolhida e dar acompanhamento para quem precisa. A droga é o maior problema da humanidade, ninguém pode ficar alheio a ele.  O governo tem feito um esforço gigante com as igrejas, com o movimento das organizações não governamentais e o CAPS é o que há de mais moderno no conceito de luta contra as drogas, sem aquele ambiente de internação. Espero que o resultado seja melhor, seja de solidariedade e de mudança no perfil da dependência química no Estado. Com apoio do Ministério do Desenvolvimento Social conseguimos mais R$ 2 milhões para ações preventivas e campanhas de combate as dependencias químicas. O nosso sonho é tirarmos das esquinas aqueles dependentes do crack”.

 Após a morte da irmã, A. O., 46 anos,  entrou para o mundo das drogas. Ela usava cocaína e em alguns momentos, tentou tirar a própria vida. Com o atendimento realizado no centro, ela conseguiu se reestabelecer. “Praticamente eu não tinha vida mais. Quando eu vim para cá, fui bem cuidada. A minha vida era muito triste, eu já tinha tomado veneno para morrer, eu estava toda cortada. A minha família tinha me desprezado. Hoje em dia, tudo o que eu preciso ou se tenho algum problema os responsáveis pelo centro me ajudam. Estou há cinco meses sem usar drogas. A minha vida tem outro sentido, sou uma nova pessoa. Devo tudo isso ao centro. Foi a melhor coisa que já aconteceu, fui tirada da lama”.

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