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“Eles não são criminosos!”, defendem esposas e mães de presos na Operação G-7

 Mães e esposas dos empresários e gestores públicos presos durante a Operação G-7 se organizam em um movimento para, além de prestar apoio mútuo, sensibilizar as autoridades do Estado sobre o drama vivido pelas famílias envolvidas, após as prisões e as sequentes negativas de concessão de liberdade aos acusados pela Polícia Federal.

 Na última terça-feira, 10 dias após a prisão, as mulheres puderam visitar os maridos pela primeira vez, na Papudinha. Em seguida, divulgaram um manifesto no qual clamam para que a justiça acreana conceda os pedidos de habeas corpus de seus filhos e maridos.

“Eles não são criminosos!”, diz a nota. E continua: “Se existem denúncias, que sejam apuradas e que os fatos sejam revelados a luz da justiça imparcial. Entretanto, da denúncia à condenação, existe uma grande distância e entendemos que por não serem cidadãos que causam perigo à sociedade ou algum empecilho às investigações, devem ter seus direitos constitucionais assegurados pela justiça acreana”.

Confira a íntegra do documento:

Nota de manifesto das esposas e mães dos presos

 Nós, esposas e mães dos 15 homens acusados de participar de crimes contra a Administração Pública do Estado do Acre, nos manifestamos contra as prisões que foram expedidas na Operação da Polícia Federal , denominada G-7, baseando-se apenas em “escutas telefônicas”.

 Estamos realmente impactadas com tamanha repressão que nossos companheiros e nossas famílias estão sofrendo. Eles não são criminosos! Somos famílias honestas, criando nossos filhos com dignidade, no caminho do bem e da verdade.
Estamos abaladas emocionalmente. Nossa dor é imensurável. É uma dor que atinge a alma, permeada pelo sentimento de estarmos sendo injustiçadas, de nossos lares estarem sendo destruídos.

 Sabemos que essa imensa dor vai passar quando tudo for realmente investigado e apurado pela justiça, mas, até lá, pedimos que a sociedade se indigne com tais situações, e que não se deixe enganar por falsas notícias. Sem ao menos nos dar o direito à defesa, tivemos nossos lares invadidos e nossa moral abalada.

 Se existem denúncias, que sejam apuradas e que os fatos sejam revelados a luz da justiça imparcial. Entretanto, da denúncia à condenação existe uma grande distância e entendemos que por não serem cidadãos que causam perigo à sociedade ou algum empecilho às investigações, devem ter seus direitos constitucionais assegurados pela justiça acreana. Desta forma, solicitamos que sejam concedidos os pedidos de habeas corpus, previsto na legislação brasileira. Uma vez que, segundo a nossa Constituição, nossos maridos e filhos são inocentes até que se prove o contrário.

 Queremos deixar claro que somos a favor das investigações , desde que todos os direitos, como a garantia da ampla defesa e dos direitos humanos sejam respeitados.

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