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Farmacêuticos acreanos garantem que não há Tylenol com defeito em suas prateleiras

 Um defeito nas embalagens do Tylenol Gotas 200 mg/ml resultou no recolhimento de mais de 3 milhões de unidades do produto das prateleiras farmacêuticas do país. O problema foi identificado no gotejar que regula as doses, o que causaria uma quantidade maior que a ideal.

 O Tylenol é um medicamento indicado para dores de cabeça. O responsável pela produção do remédio explica que foram exatamente 3.384.432 embalagens defeituosas, fabricadas entre dezembro de 2011 e novembro de 2012, com numeração de lote – não sequencial – compreendida entre os intervalos PPL055 a RJL123. O laboratório ressalta, ainda, que o processo de recolhimento dos lotes já foi iniciado de forma gratuita. Em caso de dificuldade, recomenda-se procurar um órgão de defesa do consumidor.
A venda do Tylenol nas farmácias acreanas continua. Procurada pela equipe de A GAZETA, o atendente de um dos estabelecimentos, Carlos Augusto Vieira, explica que o produto em si não causa nenhum mal à saúde, se ingerido corretamente. O problema apontado é isolado na embalagem. “Mas já verificamos em todo o nosso estoque e não restou nenhum produto deste lote. Isso aconteceu mais nas Regiões Sul e Sudeste. É importante que as pessoas saibam que foi um erro simples e pouco comum. O próprio laboratório fará o recolhimento. Nossa rede de drogarias toma todos os cuidados possíveis para que os medicamentos não causem risco à saúde. E quanto aos outros produtos da marca Tylenol, não vamos mexer. A venda será mantida. Afinal, não há problema algum com o medicamento.

 Tylenol é só um nome comercial. O seu princípio ativo é o paracetamol, um analgésico indicado para dores. Também tem propriedades anti-inflamatórias e pode ser tomado em caso de febres baixas. Mas, atualmente, o seu uso está em queda. De acordo com o farmacêutico Alessandro de Paula, a população tem optado por outras marcas, com a mesma composição.

 O farmacêutico afirma ainda que quem corria maior risco eram as crianças, pois alguns adultos, no momento da medicação, gotejavam o produto diretamente na boca. Dessa forma, com o defeito na embalagem dos lotes denunciados, o risco da superdosagem dobrava. “O indicado é que, primeiramente, se lance as gotas em uma colher ou um copo. É uma forma de proteção”.

 A superdosagem pode causar a elevação das enzimas hepáticas, danos graves ao fígado, náusea e outros sintomas gastrointestinais. “No geral, é possível haver uma intoxicação, devido o medicamento ingerido em grande quantidade.
Em nota distribuída à imprensa, a Janssen-Cilag Farmacêutica, laboratório responsável pelo medicamento, ressalta que os demais produtos da linha não foram afetados e a venda continua normalmente. O laboratório se colocou à disposição dos consumidores para informações pelo telefone 0800-728-6767 ou pelo site do Tylenol.

 O risco da automedicação – De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias (Abifarma), aproximadamente 80 milhões de pessoas têm o hábito de se automedicar. O Tylenol, por exemplo, é um remédio de venda livre. Assim como ele, outros medicamentos podem ser adquiridos sem prescrição médica.

 O problema é que essa atitude traz sérios riscos à saúde. O ideal seria que as pessoas só tomassem remédio quando receitado por um médico.

 “É essencial conhecer os efeitos de uma substância antes de ingeri-la. E os profissionais capacitados para receitar medicamentos a fim de melhorar a saúde dos pacientes são os médicos e nós farmacêuticos, com o papel de orientar”, aconselha Alessandro de Paula.

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