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Secretária Suely Melo fala sobre fatos da operação G7

A Saúde e a ‘Operação G-7’

 A sociedade acreana acompanha com atenção os desdobramentos da chamada ‘Operação G-7’, realizada pela Polícia Federal, e sabe do posicionamento seguro do governador Tião Viana em apoio às investigações, ao tempo em que resguarda o direito de defesa aos investigados. Como secretária de Saúde, diante de tantas informações divulgadas nos últimos dias, tenho o dever de trazer algumas informações à sociedade, contribuindo para um entendimento mais justo e verdadeiro de alguns fatos.

 Depois de quase 2 anos de escutas telefônicas, certamente com milhares de ligações interceptadas, apenas uma ligação – isso mesmo, uma só ligação! – tem a participação de um servidor da Sesacre, o biomédico Thiago Viana Neves de Paiva. Nessa gravação, depois de ouvir comentário do empresário Narciso Mendes Júnior relativo a processos internos da Secretaria de Saúde, Thiago se limita a dizer que o interlocutor deve procurar a secretária de Saúde, ou seja, deixa claro que assuntos administrativos devem ser tratados com a autoridade competente e pelos meios legais.

 Tiago Viana é um biomédico com mestrado em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia. É funcionário concursado da Sesacre, atualmente respondendo pelo Serviço de Apoio de Diagnóstico, e quando instado a opinar tecnicamente sobre serviços ou produtos, sempre zelou pelo interesse da secretaria. Prova disso é a própria transcrição do telefonema do empresário Narciso Mendes Júnior, quando fala que “andei vendo… não existe nenhum equipamento bom e barato como o da AGFA”.
A gravidade dessa enxurrada de acusações sem provas, ainda que venham a ser esclarecidas, podem deixar danos profissionais, pessoais e familiares para um jovem e promissor profissional como Thiago Viana. Por isso, quero ter a honestidade de afirmar publicamente que ele nunca se manifestou para mim, pela contratação de serviços radiológicos ou de qualquer outra natureza que implicasse em privilégio a quem quer que fosse. Trabalhamos juntos há dois anos e dele só ouvi propostas para aprimorar serviços e otimizar recursos.

 No processo arrolado na chamada ‘Operação G-7’, como em todos os outros que licitamos, foram cumpridas todas as exigências da Lei das Licitações, desde a elaboração do Termo de Referência até a homologação do resultado. Concluída a licitação, as bases de execução dos serviços primam pelo interesse da sociedade, com fiscalização exercida por cada setor que demanda os exames (Unacon, Cecon e Hospital das Clínicas). Dizendo de maneira direta: só são feitos os laudos que o poder público determina, aqueles que cada Unidade de Saúde autoriza que seja realizado. Não há espaço para nada fora disso e só é pago o que vem com o atesto do responsável pelas unidades citadas.

 Devo lembrar que nas transcrições de telefonemas divulgadas, empresários falam na possibilidade de “laudar de 4 a 15 mil exames por mês”. Mas o fato é que em 5 meses de execução dos trabalhos, foram emitidos apenas 4.005 laudos de tomografia, mamografia e raio X. Cerca de 800 por mês, cada um com nome e endereço do beneficiário, e isso pode ser atestado por qualquer pessoas ou instituição interessada.

 Antes da digitalização, os laudos acumulavam até 8 meses de espera no Hospital das Clínicas. Hoje, com a potencialização de mais esse serviço, a espera caiu para 15 dias. Não há nenhum laudo de tomografia computadorizada atrasado e em menos de dois dias, o paciente necessitado recebe o resultado do exame.  No Cecon, a espera não era inferior a 30 dias. Atualmente, o resultado de uma mamografia sai em menos de 5 dias e não há mais laudos reprimidos. No Hospital do Câncer, esperava-se meses para emissão do laudo, a espera caiu para apenas 10 dias. Podemos e vamos melhorar.

 Para o governador Tião Viana, os avanços, mudanças e melhorias que acontecem na saúde do Acre são um compromisso tão forte quando a defesa da ética na política e o combate a corrupção. E o seu posicionamento de apoio à função constitucional da Polícia Federal deixa bem claro que para o Governo do Acre, quanto mais fiscalização e quanto mais controle social, melhor para a segurança das nossas ações como gestores públicos e para a nossa comunicação com a sociedade a quem devemos prestar contas, sempre.

*Suely Melo
Secretária de Estado de Saúde

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