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Já estamos em 2014

Os discursos essa semana na Aleac foram bem inflamados por conta da Operação G-7, possível demissão de servidores, possível embargo no Projeto Cidade do Povo. Enfim, uma série de acontecimentos que agitou a política nos últimos dias. A oposição faz o seu papel. Cobra, fiscaliza, ‘tumultua às vezes’, confunde. Está no seu direito, não tem cargos, por isso como diz a expressão: ‘deita e rola’.

Mas nesses discursos eleitorais antecipados de ambos os lados quem perde é a população. Se agora em 2013 já estamos vivendo um clima de eleição, imagine quando chegarmos em 2014. Um colega dizia: “esse negócio de eleição de 2 em 2 anos acaba”. Concordo. Acabamos que sempre estamos recomeçando. Sempre estamos voltando ao zero a zero. Bom seria se o parlamento dialogasse mais os projetos que chegam à Casa Legislativa. Isso em nível de Brasil.

Às vezes tenho a impressão que os parlamentares não leem o que aprovam. Não procuram ter em seus gabinetes uma banca de advogados capazes de avaliar se tais projetos são viáveis o seu cumprimento ou se são apenas papéis avulsos.

Nesse sentido, eu destaco aqui o pronunciamento de 2 parlamentares acreanos. O deputado Edvaldo Souza (PSDC) pediu que se cumprissem as leis que se aprovam na Aleac, pois se não for cumprido, parece que eles estão ali de mentirinha, ou seja, ganhando sem trabalhar. E não é isso que ocorre. O deputado Astério Moreira (PEN) citou que a Aleac faz o seu papel ao aprovar pareceres de outras instituições como TCE, Ministério Público, além de legislar sobre determinados temas.  Está correto na sua análise. O parlamento é importante. Acredito que é a expressão mais brilhante da democracia.

Mas fico com o discurso do deputado Luís Tchê (PDT), que por sinal tem feito um grande mandato. Mostrando aos demais que mesmo sendo situação pode votar contra o governo, em matérias que entende que não deve ser votadas. Acredito que a atitude dele fortalece o parlamento. Mostra que é um poder independente. Vota com o Executivo, mas não perde a essência da liberdade parlamentar.

Finalizando quero ressaltar que não é bom que transformemos a Operação G-7, principalmente, em discurso político. Que possamos deixar a Justiça julgar conforme manda o Direito. É natural esse clima de tensão tendo pessoas presas. Mas que possamos respeitar os poderes. Diga se de passagem que todos são importantes para a democracia. Que possamos ser exemplos em tempo de paz e em tempo de guerra.

* JOSÉ PINHEIRO é  jornalista.
E-mail: jsp30acre@gmail.com

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