Mixuruca. A palavra define as ‘comemorações’ do aniversário do Estado. Em 15 de junho de 1962, o Acre se tornou oficialmente um Estado do território brasileiro. No último sábado, completou 51 anos, os quais não foram comemorados.
O Acre fazia parte do território boliviano. Para ser realmente brasileiro, houve batalha, conflitos, dificuldades que duraram anos. Muitas pessoas deram suas vidas, seu sangue para tornar o Estado parte do Brasil. O 15 de junho marcou a nossa autonomia.
Sinceramente a data não poderia passar em branco. Apenas foi realizada uma solenidade de troca e reverência à bandeira no mastro da Gameleira. A bandeira é trocada três vezes ao ano, em ocasiões “especiais”. Agora vem a pergunta, caro leitor: a população compareceu? Não. Foi avisada? Também não.
O que está acontecendo com o nosso Acre? Será uma revolução? De um lado, está a política e seus apoiadores. Do outro, a população revoltada. Tranquilidade não faz mais parte do nosso vocabulário. A terra pacata virou uma zona de conflito. E coisas importantes estão passando despercebidas enquanto quase todos estão em “guerra”.
A disputa política na cidade desmotiva os cidadãos. É muita briga e os prejudicados somos nós. Estou cansada de ouvir a mesma e velha frase “os políticos só lembram da gente na época das eleições”. E isso não deixa de ser verdade. Chega de brigas, de confusão. Merecemos paz. E aqueles que erram, devem sim ser julgados. Cada cabeça, uma setença. Deixem que as coisas boas voltem ao normal.
Em datas como esta, por exemplo, nada foi feito por quem luta por um Acre melhor. Os acreanos amam a terra, defendem com unhas e dentes, como diz o próprio hino acreano: “mas se audaz estrangeiro algum dia nossos brios de novo ofender, lutaremos com a mesma energia, sem recuar, sem cair, sem temer”. Então, os cidadãos mereciam, neste 15 de junho, que a luta dos seus antepassados fossem relembrada. O Estado merecia, com toda a certeza, uma comemoração maior e mais homenagens.
Evely Dias é jornalista.
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